De um hotel a arrendamento acessível. Terrenos do Miguel Bombarda já têm futuro

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Hospital Miguel Bombarda

Os terrenos do Hospital Miguel Bombarda estão parados há vários anos, podendo agora ganhar uma nova vida — desde um hotel a arrendamento acessível.

O Hospital Miguel Bombarda foi inaugurado em 1848 no edifício da Congregação da Missão dos Padres de São Vicente de Paulo, na antiga Quinta de Rilhafoles. Desde a criação do Hospital Júlio de Matos, em 2007, o Hospital Miguel Bombarda foi sendo progressivamente desativado, tendo encerrado por completo em 2012.

São quatro hectares abandonados no centro de Lisboa, com edifícios classificados em risco de degradação.

Em 2019, o Governo aprovou um diploma que determinava a afetação de imóveis do Estado sem utilização ao arrendamento acessível. O Hospital Miguel Bombarda era um dos imóveis que integrava esta lista.

Três anos depois as intenções ainda não saíram do papel, escreve o Diário de Notícias, embora já há um esboço de como ficarão os terrenos do antigo hospital psiquiátrico.

De acordo com o jornal, o processo está na fase de Pedido de Informação Prévia, aguardando a conclusão dos pareceres técnicos, sendo depois submetido à apreciação dos vereadores.

O plano atual passa por construir três novos lotes de habitação, com seis a oito pisos, destinados a arrendamento acessível, nos terrenos do Miguel Bombarda. A proposta de loteamento aponta para 248 fogos habitacionais, possivelmente de tipologias inferiores a T3.

Está ainda prevista a construção de um hotel, com um número de quartos ainda por definir. O estabelecimento hoteleiro ficará localizado no edifício do antigo convento de Rilhafoles e onde funcionou o hospital psiquiátrico Miguel Bombarda.

A antiga cozinha do hospital também deverá ser reabilitada para uso comercial, possivelmente para um novo restaurante.

Além disso, uma parte dos terrenos — que são propriedade do Estado — será cedida à Câmara de Lisboa para a construção de uma escola básica, com capacidade para mil alunos, e um jardim infantil.

O pavilhão Panótico, que funcionou como enfermaria/prisão, e o Balneário D. Maria II serão requalificados, ficando como “equipamentos culturais/museológicos”. Por sua vez, é proposta a demolição do edifício do Laboratório do hospital e de várias oficinas e anexos.

O processo sublinha que o Laboratório é de “elevado valor histórico no contexto hospitalar”. No entanto, há já um parecer “informal” da Direção-Geral do Património Cultural a dar assentimento à demolição, desde que seja feita uma recolha de todos os elementos e uma reprodução 3D do Laboratório.

ZAP //

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