Os risos sobre Pedro Nuno e a insegurança “cómica”. Líder parlamentar do PS também acha que PSD e CDS “ainda se vão arrepender pelo sentimento de insegurança”.
Portugal é um país seguro. O PS, quando deixou de ser Governo, também deixou um país seguro – e a sensação de insegurança está a ser criada por PSD e CDS.
As ideias foram reforçadas nesta terça-feira por Alexandra Leitão, líder parlamentar do PS.
Numa altura em que se fala muito sobre insegurança e sobre percepções, a deputada atirou: “O PS deixou um país seguro. PSD e CDS é que estão a criar sentimento de insegurança – e ainda se vão arrepender“.
Na TSF, Alexandra repetiu que está contra a mediática operação no Martim Moniz, uma operação policial onde, argumenta, se “seleccionou quem se encostou à parede”.
A deputada socialista defende segurança, conhecimento, até admite “ir de encontro à percepção dos portugueses mesmo que essa percepção não corresponda a factos”.
Mas acha que a segurança deve ser garantida com: polícia de proximidade, integração, iluminação pública e videovigilância. “E não com operações especiais, discriminatórias, provavelmente proporcionadas e orientadas politicamente para a instrumentalização das polícias”, avisou.
Hugo Soares repudiou estas palavras: “Ninguém instrumentaliza as forças de segurança” – “Mas tenta!”, respondeu de imediato Alexandra Leitão.
O líder parlamentar do PSD disse que, em 1999, a sua adversária política “aplaudiu” a rusga, um certo, da PSP precisamente no Martim Moniz. Na altura o primeiro-ministro era António Guterres, do PS, e chamou-se ‘Operação Caril’. “Essa sim, seleccionava pelo nome o objecto da operação policial”, comentou Hugo Soares (mas na altura Alexandra Leitão tinha 26 anos e era adjunta de gabinete, nem era nome conhecido na política).
Voltando ao presente: o líder parlamentar do PSD lembrou que nesta operação no Martim Moniz foram detidos cidadãos portugueses: “Isso significa que foi seleccionado quem foi encostado à parede? Essa afirmação é gravíssima e põe em causa a idoneidade, a independência, e é até um comentário xenófobo em relação às forças de segurança do país”.
O deputado social-democrata reforça que os níveis de insegurança em Portugal aumentaram durante os últimos anos, de Governos do PS. Por isso, “é de gargalhada ouvir Pedro Nuno Santos dizer que o PS trata melhor da segurança dos portugueses do que a AD”.
“Ainda bem que se diverte”, reagiu Alexandra Leitão. “Rio-me, rio-me com as declarações”, explicou Hugo Soares – que repetiu que se ria das palavras de Pedro Nuno Santos.
Alexandra Leitão ficou com outra percepção: “Eu não me rio nada com a crispação social que (PSD e CDS) estão a criar em Portugal. Ficamos a saber que acha que isto é cómico“.
Hugo Soares levantou a voz: “Não ponha palavras na minha boca, não lhe admito isso! Eu não disse isso e não lhe admito isso! Se quer ser levada a sério, se é séria, sabe que não foi isso que eu disse. Então diga lá: foi isso que eu disse? É capaz de dizer que foi isso que eu disse?”.
A moderadora da TSF tentou avançar mas Hugo Soares insistiu: “Não vou deixar passar isto em claro! Foi isso que eu disse?”
Alexandra respondeu: “Falou em gargalhada, sobre uma situação gravíssima“.
Hugo Soares acusou: “Eu não disse isso, a Alexandra está a mentir descaradamente. Eu prezo muito a Alexandra Leitão, mas está a mentir”.
A líder parlamentar do PS repetiu a sua ideia e citou o Chega: “A crispação que o Governo está a criar em Portugal para ir buscar eleitorado do Chega, apenas com intenções eleitoralistas, é gravíssimo. Só quer roubar votos ao Chega. Digo isto e repito. E fiquei a saber que isto diverte Hugo Soares. Ria-se agora disto”.
“Pode repetir o que quiser, mas que está a dizer um disparate, está”, fechou o líder parlamentar do PSD.