Dezenas de pessoas foram encostadas à parede, esta quinta-feira, em plena luz do dia, no Martim Moniz, numa ação policial encomendada pelo Governo. Foram detidas duas pessoas.
Em comunicado, lançado ao final do dia desta quinta-feira, o Comando Metropolitano de Lisboa (COMETLIS) da PSP esclareceu que operação especial de prevenção criminal na freguesia de Santa Maria Maior, em Lisboa, resultou na detenção de duas pessoas: uma por posse de arma proibida e droga e outra que era suspeita de pelo menos oito crimes de roubo.
Na nota, divulgada na quinta-feira à noite, a PSP diz que apreendeu 435 euros em dinheiro, suspeitos de serem provenientes de atividades ilícitas, sete bastões (madeira e ferro), 17 envelopes com fotos tipo passe suspeitas de serem para uso em atividades ilícitas, 3.435 euros em numerário, um passaporte e diversos documentos por suspeita de auxílio à imigração ilegal, 581,37 gramas de droga que se suspeita ser haxixe, uma arma branca e um telemóvel que constava como furtado. Foram ainda cumpridos seis mandados de busca não domiciliária.
Numa informação prestada anteriormente, a PSP tinha adiantado que nesta operação, que fechou a Rua do Benformoso, como foi visível em imagens recolhidas no local, algumas delas difundidas pelas televisões, foram ainda apreendidos cerca de 100 artigos contrafeitos.
Esta operação – que, segundo o primeiro-ministro Luís Montenegro, foi encomendada Governo para dar visibilidade ao trabalho da PSP e aumentar a sensação de tranquilidade dos cidadãos portugueses – foi acompanhada por uma procuradora da República.
“Há uma coisa que me parece óbvia, é muito importante que operações como esta decorram, para que haja visibilidade e proximidade no policiamento e fiscalidade de atividades ilícitas”, sublinhou Luís Montenegro, em conferência de imprensa, em Bruxelas, capital da Bélgica.
“O Governo assumiu essa prioridade e deu essa orientação. Passa por mais visibilidade, mais proximidade e mais cooperação entre as várias entidades, sublinhou o primeiro-ministro.
O enorme aparato policial na zona levou à circulação de imagens nas redes sociais, nas quais se vislumbram, na Rua do Benformoso, dezenas de pessoas encostadas à parede, de mãos no ar, para serem revistadas pela polícia, e comentários sobre a necessidade daquele procedimento.
Martim Moniz, 50 anos depois do 25 abril.
O país regride em vez de avançar. Que vergonha. Que desilusão. Que aperto no coração. pic.twitter.com/QhUGP39AmV— Leitora Compulsiva (@LeitoraCompuls2) December 19, 2024
Questionada a porta-voz do COMETLIS, a subcomissária Ana Raquel Ricardo, sobre esta questão, explicou que uma “operação especial de prevenção criminal dá legitimidade para fazer outro tipo de diligências, nomeadamente a revista de cidadãos que se encontrem no local e revista de viaturas” que por ali circulem.
A mesma responsável referiu que o contingente empregue “foi o necessário” para uma operação deste tipo, sem, contudo, revelar o número de profissionais envolvidos.
Num comunicado emitido na quinta-feira à tarde a divulgar a operação, o COMETLIS referia que a operação na freguesia de Santa Maria Maior teve como objetivo “alavancar a segurança e tranquilidade pública da população residente e flutuante” e que decorreu na zona da Praça do Martim Moniz, “área onde frequentemente se registam ocorrências que envolvem armas”.
O objetivo da operação, segundo a PSP, era “deter suspeitos da prática de crimes de posse ilegal de arma e apreender armas que eventualmente sejam encontradas no interior de veículos de suspeitos e aumentar o sentimento de segurança das pessoas que habitualmente utilizam os transportes públicos, espaços que dão acesso a estes, bem como nas áreas adjacentes, fiscalizando os utentes suspeitos dos transportes públicos”.
Incidiu igualmente “em locais considerados e avaliados de maior risco, exemplo de cafés, associações, entre outros existentes nos locais, considerando a recolha de informações em fase de planeamento e execução das operações”.
ZAP // Lusa