A capacidade de sentir medo, detetar temperaturas ou até sentir a passagem do tempo são também parte da “inteligência exterior”. Afinal, sentimos com mais do que uns limitados 5 fatores.
Quando escreveu a sua icónica obra De Anima (Sobre a Alma), Aristóteles descreveu a “inteligência exterior” dos humanos, ou seja, os seus sentidos, como sendo apenas 5: a visão, o tato, o paladar, o olfato e a audição.
Ainda hoje assim aprendemos na escola, mas com a evolução da compreensão do corpo humano entendemos hoje que essa ideia está ultrapassada — há muito mais do que 5 sentidos nos humanos. Para quê limitarmo-nos a estes? E quais são os outros?
A IFLS explica que sentimos não apenas os fatores externos, mas também os internos — sabemos que temos fome, frio, medo, etc. A isso se chama “interoceção“. E os fatores que nos fazem ter essa perceção são também sentidos. Temos outros ainda que nos permitem orientar-nos no espaço ou no tempo: perceções não palpáveis, audíveis, visíveis, etc.
Alguns exemplos passam pela termoceção, ou seja, a nossa capacidade de detetar temperaturas, ou pela nociceção, a capacidade de sentir dor. Existe até a proprioceção, que consiste na nossa consciência de como o nosso corpo está posicionado. E o passar do tempo? Isso apuramos através da cronocetação (que, claro, tal como todos os sentidos também se engana).
Alguns destes sentidos são apurados através dos órgãos sensoriais, como a capacidade de equilíbrio é proporcionada pelo ouvido interno, por exemplo. Outros, funcionam através de um conjuntos de órgãos. A cronocetação é possível através de diversos órgãos e processos complexos que o nosso cérebro interpreta, por exemplo.
Temos entre 12 a 13 sentidos, acreditam alguns especialistas, enquanto outros defendem que podemos ter mais de 20. E há animais com sentidos que nós, humanos, não temos.
É o caso de vários animais que possuem uma elevada magnetorreceção (a capacidade de nadar longas distância, que o Humano tem muito pouco), ou a eletrorrecepção, que permite detetar presas em água turva. Até a perceção de infravermelhos, por exemplo, é inerente a várias espécies e não aos humanos — embora existam já tecnologias que o permitam.
Se 12, 13 ou 20 não lhe cegam, pode ainda apostar no “sexto sentido”, aquela intuição ou telepatia que os humanos dizem sentir e que, anatomicamente, não se explica.