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Teixeira dos Santos: propostas do governo vão “longe demais”

José Sena Goulão / Wikimedia

O ex-ministro das Finanças e da Economia, Teixeira dos Santos

O ex-ministro das Finanças e da Economia, Teixeira dos Santos

Segundo o antigo ministro das Finanças Fernando Teixeira dos Santos, a proposta de Orçamento do Estado para 2014 “vai longe demais” e  há um “grande risco” de não solucionar os problemas do país.

O antigo membro do governo chefiado por José Sócrates, que falava num espaço de opinião semanal no Económico TV, afirmou que a proposta de orçamento apresentada pelo executivo liderado por Passos Coelho, “apesar de proceder à redução do peso da despesa, vai longe demais”.Teixeira dos Santos, que foi ministro das Finanças entre 2005 e 2011, considerou que é um documento de “grande risco, quer na sua execução, quer nas suas consequências económicas”.Teixeira dos Santos, que foi ministro das Finanças entre 2005 e 2011, considerou que é um documento de “grande risco, quer na sua execução, quer nas suas consequências económicas”.

Teixeira dos Santos acrescentou que o Orçamento do Estado para o próximo ano faz “um corte de despesa sem ter por detrás uma verdadeira reforma do Estado” e que este deveria ter sido o primeiro orçamento apresentado pelo atual Governo (logo para vigorar em 2012).

Teixeira dos Santos assinalou que é preciso “um acordo político para fazer mudanças na Constituição”. E acrescentou: “Pelos sinais que temos tido, é altura para a revisão da Constituição, até para permitir a reforma do Estado.”

Olhando para trás, o antigo ministro das Finanças salientou que, caso tivesse havido apoio político ao Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) IV, apresentado em 2011, o resgate da ‘troika’ poderia ter sido evitado.

“O chamado PEC IV mais não era do que um programa cautelar, que contava com o apoio da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e da Alemanha”, afirmou Teixeira dos Santos.

De acordo com Teixeira dos Santos, “quando a Irlanda solicitou o pedido de ajuda em novembro de 2010, tornou-se claro que algo tinha que ser feito” em Portugal para evitar seguir o mesmo caminho.

ZAP/Lusa

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