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Teixeira dos Santos não se arrepende de ter nomeado Vara e Santos Ferreira

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Miguel A. Lopes / Lusa

O antigo ministro das Finanças, Teixeira dos Santos

O ex-ministro das Finanças disse, esta quarta-feira, no Parlamento que não tem “razões para se arrepender” de ter nomeado Armando Vara e Carlos Santos Ferreira para a administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

“Até este momento não tenho razões para me arrepender dessas nomeações”, afirmou Teixeira dos Santos na sua audição na segunda comissão parlamentar de inquérito à recapitalização e gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

Em resposta ao deputado do PSD Duarte Marques, o ex-ministro das Finanças do Governo de José Sócrates adiantou que “nunca” ouviu “qualquer reparo crítico ao desempenho dos membros desse conselho de administração”.

Sobre Armando Vara, o ex-governante declarou que “não tinha menos experiência do que outros nomeados por Governos anteriores”.

Teixeira dos Santos garantiu ainda que “o acionista [Estado] nunca interferiu em qualquer operação que tenha sido efetuada pela Caixa”.

“Não fiz muito no que tem a ver no conjunto de situações que está aqui em análise e que tem merecido a atenção dos senhores deputados”, afirmou o atual presidente do Banco BIC.

Na sua relação com a CGD, Teixeira de Santos asseverou: “Não há matéria sobre a qual deva, de alguma forma, sentir necessidade de estar arrependido“.

“A relação do Ministério das Finanças com a Caixa Geral de Depósitos procurou sempre pautar-se naquilo de que dispõe a Lei, daquilo de que dispõe o Regime Jurídico das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras e da legislação em geral a que a Caixa está sujeita”, acrescentou o ex-governante.

O ex-ministro confessou ainda que lhe “custa encaixar as peças” de uma tese de ação concertada para tomar conta do BCP e referiu que o pedido do primeiro empréstimo de José Berardo teve origem no final de 2006, e que a crise no banco privado só aconteceu no verão do ano seguinte.

“Como ministro, apercebia-me do que se passava no BCP porventura como outras pessoas que veem o que se passa pela comunicação social”, afirmou ainda, acrescentando que era do seu conhecimento que “havia operações” de tomada de posição acionista no BCP, mas não que se tratava “de uma ação concertada, se é que a havia“.

Teixeira dos Santos explicou que o seu ministério “só teria de se preocupar e intervir a partir do momento em que o Banco de Portugal comunicasse alegando que estava em causa a estabilidade do sistema financeiro”, o que não sucedeu.

“O Ministério das Finanças nunca teve de ter preocupações especiais com o BCP, porque elas estariam a ser acompanhadas por quem deveria, no caso, o Banco de Portugal“, declarou o ex-ministro.

Questionado pelo deputado do PS, Fernando Rocha Andrade, se alguma vez alguma fação na luta pelo poder do BCP pediu apoio ao Governo, Teixeira dos Santos negou, revelando que apenas recebeu uma vez Filipe Pinhal, então presidente interino do banco privado, na véspera de apresentar a candidatura à liderança da instituição.

Posteriormente, Teixeira dos Santos acrescentou que recebeu Carlos Santos Ferreira “depois do Natal de 2007”, para o gestor lhe dar conhecimento da sua saída da CGD e ida para o BCP, juntamente com outros administradores, incluindo Armando Vara.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Claro que não, olha lá…
    O jogo das cadeiras (com a respetiva impunidade) tem que continuar, seja qual for a competência.

  2. Vejam só a lata.
    E o paradigma do indivíduo em questão.
    Pois o povo português lamenta muito que isso tenha acontecido. E por causa!

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