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“É como uma moto sem rodas”. TdC arrasa Transtejo pela compra de 9 navios eléctricos sem baterias

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ZAP // Transtejo

“É como comprar um automóvel sem motor, uma moto sem rodas ou uma bicicleta sem pedais.” É deste modo que o Tribunal de Contas (TdC) aponta o dedo à Transtejo pela compra de nove navios eléctricos sem baterias, considerando que o negócio foi “irracional” e que lesa o interesse público.

A Transtejo adquiriu, por 52,4 milhões de euros, dez navios eléctricos para transporte de passageiros. Só que nove desses catamarãs foram comprados sem as respectivas baterias, estando, portanto, inoperacionais.

É como comprar um automóvel sem motor, uma moto sem rodas ou uma bicicleta sem pedais”, aponta o TdC num acórdão divulgado nesta semana.

Não se pode sequer falar em navios sem as baterias, como não se pode falar, por exemplo, em navios sem motor ou sem leme. Isto porque elas constituem uma parte integrante desses navios”, aponta a entidade fiscalizadora.

Assim, o TdC nota que a compra de navios “que não podem cumprir a sua função básica de navegar” é irracional e lesa o interesse público.

Por isso mesmo, os juízes do órgão remeteram o caso para o Ministério Público, para apurar eventuais responsabilidades financeiras ou criminais, como reporta o Público.

“O comportamento da Transtejo, com a prática de um conjunto sucessivo de decisões que não são apenas economicamente irracionais, mas também ilegais, algumas com um elevado grau de gravidade, atinge o interesse financeiro do Estado e tem um elevado impacto social”, apontam os juízes do TdC.

Em 2021, a Transtejo comunicou ao TdC a abertura de um concurso público para adquirir as baterias para os 9 navios eléctricos que se destinam a fazer a viagem entre Lisboa e a margem Sul do Tejo.

Mas a empresa entregou ao TdC um contrato que é, realmente, um ajuste directo à mesma empresa espanhola, a Astilleros Gondan, que já lhe tinha vendido os navios. Esta empresa, por seu turno, compraria as baterias a outra empresa, a Corvus Energy.

O facto de haver uma compra indirecta, através de uma empresa intermediária, “aumenta o preço” final, nota o TdC, considerando que esse foi mesmo o objectivo do negócio.

Deste modo, o TdC chumbou a compra das respectivas baterias pelo valor de 15,5 milhões de euros e entende que a Transtejo enganou o tribunal de forma deliberada. “Tinha perfeito conhecimento de que estava a faltar à verdade ao tribunal quando disse que iria recorrer a um concurso autónomo para o fornecimento das baterias, induzindo-o em erro”, notam os juízes.

O acórdão do TdC ainda fala nas “constantes contradições da Transtejo” depois de a empresa ter alegado que não tinha dinheiro suficiente para comprar as baterias e os navios em simultâneo, e que pretendia alugar as mesmas.

ZAP //

16 Comments

  1. Apenas mais um pequeno caso no meio do completo descalabro que tem sido a gestão dos dinheiros públicos neste país.
    Quando se mexe no dinheiro dos outros é um autentico regabofe.
    Esta gente devia ir toda para a prisão… e sem penas suspensas.

  2. Não, já não chega despedir. É preciso que esta gente comece toda a ir presa! De uma vez por todas, PAREM DE ESTOURAR O NOSSO DINHEIRO E GOZAR COM O NOSSO TRABALHO!

  3. E ainda dizem que nos devemos sentir orgulhosos quando pagamos impostos, quando esses impostos são mal geridos e servem para enriquecer, de modo criminoso, uma minoria sem escrúpulos.
    Quanto menos impostos conseguirmos pagar, melhor, pois o dinheiro continua a circular entre quem trabalha de modo honesto.
    Quanto a quem geriu mal o nosso dinheiro (leia-se, roubou o nosso dinheiro), não estou a ver outra solução que não seja a devolução dos montantes em que o Estado ficou lesado e pena de prisão por roubo tão descarado.

  4. O Polvo. Houve uma altura que havia no futebol o famoso “sistema” , o mesmo se passa na função publica, o deputados, os autarcas, os gestores das empresas publicas, não estão lá para servir o pais como devia ser, estão primeiro ao serviço do partido que os elegeu ou lhes deu o cargo, depois ao seu serviço, mais tarde ao serviço de interesses de amigos, e os contribuintes são a nemor das suas preocupações, o dinheiro logo aparece. Só quando começarem a haver penas pesadas para estes corruptos é que o pais pode avançar. Se fosse um homem que ameaçasse uma mulher ia para a cadeia, se for um pedofilo vai preso, se for um pedofilo padre é protegido pelos seus, mas se for um corrupto o mais certo é apresentar recursos a tras de recursos até lhe sair um juiz que defende este tipo de gente e tivemos na comunicação social alguns casos, e assim vamos andando todos alegremente distraidos por coisas sem importância quando estamos a ser constantemente roubados

  5. Um cometário neste site, mesmo que educado, mas expressando uma opinião, pelos vistos tem o lapis azul da censura. Esta gente parece não saber o que é a liberdade de expressão expressa na constituição. Devem estar orgulhos pelo maravilhoso trabalho que fazem, decidem por eles proprios o que se deve ou não publicar.

  6. Alguém se lembra do escândalo dos Submarinos adquiridos por o Ilustre P. Portas ???? …….Ficou tudo en águas de bacalhau , esta “negociata” vai no mesmo sentido , un pouco de “barulho” e en breve já ninguém pensa no caso , por a simples razão que os verdadeiros contornos da “negociata” são segredos de Estado! .

  7. Mais um exemplo de boa gestão feito por uma amiga do partido que ocupa o lugar não por competência mas sim por filiação partidária. Agora demite-se vai dar uma voltinha e depressa arranja mais um tachinho para se governar. Este é o grande problema de Portugal ” Cargos políticos na gestão do país e uma justiça e leis que não castigam a incompetência”.

  8. Lendo esses comentários, penso que esse país chama-se Brasil, mas não , chama-se Portugal, porem os corruptos são exatamente iguais, a diferença é o comandante, aqui no Brasil êle se chama Luis LULA da da Silva , o maior CORRUPTO da nossa estória.

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