TAP serviu para o PS “piscar o olho” ao PCP

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Nova versão do relatório aceitou muitas propostas comunistas. E deixa mais algumas palavras sobre o “diário da CPI”.

Há uma nova versão do relatório comissão parlamentar de inquérito (CPI) à tutela política da gestão da TAP.

É, na verdade, a versão final. Vai ser discutida e votada na tarde desta quinta-feira pelos deputados.

Foram apresentadas 126 propostas de alteração: foram aceites (parcial ou totalmente) 48, praticamente 40% das sugestões.

Na versão original, entre as 180 páginas, quase nada se lia sobre tudo que se passou com Frederico Pinheiro, no momento da sua saída do Ministério das Infraestruturas, ou sobre a famosa reunião preparatória entre membros do PS e da TAP.

“Este é um relatório sobre a TAP. Não pretende ser um “diário” da CPI. (…) Procurou-se assim evitar a exposição, e até mesmo alguma contaminação do relatório”, lia-se na primeira versão.

O relatório final inclui um pouco mais. Em relação à tal reunião em Janeiro, há uma referência curta à reunião, que contou com a presença da então CEO da TAP e de um deputado do Partido Socialista, Carlos Pereira, antes da audição no Parlamento. Mas “não cai no objeto desta CPI”.

Sobre Frederico Pinheiro e o computador, um caso de “enorme gravidade”, escreve-se um pouco mais: “Os acontecimentos ocorridos no dia 26 de abril de 2023 no Ministério das Infraestruturas e seus desenvolvimentos, que foram objeto de várias audições na CPI, são de uma enorme gravidade”, cita o Jornal de Notícias.

E sublinha-se que esse caso, sobretudo o envolvimento dos SIS, deve ser esclarecido. A CPI “obriga a própria Assembleia da República, e outras instâncias, a tomarem as respetivas iniciativas para que exista um cabal esclarecimento sobre o que se passou, o apuramento das responsabilidades e das respetivas consequências políticas e legais“.

Em relação ao próprio processo TAP, destaca-se uma alteração: a recomendação de uma auditoria da Inspeção Geral das Finanças, com caráter de urgência, à empresa, indica a RTP.

Esta foi uma proposta do Partido Comunista Português (PCP). E o texto sobre o caso Frederico Pinheiro também.

Aliás, a maioria das alterações, cerca de 30, vem do PCP – que foi também o partido que propôs mais mudanças.

Recorde-se que, além do PS, foi o PCP que mais se opôs aos pedidos de audições feitos pelos outros partidos sobre casos que não estavam directamente relacionados com a TAP. Os comunistas sempre se afastaram das “polémicas mediáticas”.

Esta aceitação das propostas foi uma forma de o PS “piscar o olho” ao PCP, lê-se no Observador.

Os socialistas estarão à espera do apoio do PCP na votação do relatório final. Não deverá ser aprovado pelo PCP, mas uma abstenção dos comunistas iria evitar o cenário de: PS aprova, todos os outros partidos chumbam.

ZAP //

1 Comment

  1. Foi por causa do PCP e do BE que todos os contribuintes portugueses pagaram 3.200.000.000 euros para a TAP e sem nenhum retorno. Foi a paga do PS a esses partidos pelo apoio na geringonça original, não nos deviamos esquecer disso nunca.

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