Uma operação policial de grandes dimensões está a decorrer nos arredores de Paris, anunciou a polícia, citada pelo jornal Le Monde, adiantando que já foram disparados vários tiros e há um refém.
Os suspeitos perseguidos, dois homens que roubaram um carro, fizeram reféns nas instalações de uma empresa gráfica de Dammartin-en-Goële, uma pequena cidade a norte do aeroporto Charles de Gaulle, noroeste de Paris, e foram disparados tiros.
A operação acontece dois dias depois do atentado ao jornal satírico Charlie Hebdo, no qual morreram 12 pessoas. Três homens vestidos de preto, encapuzados e armados atacaram na manhã de quarta-feira a sede do jornal, no centro de Paris, provocando a morte de 10 jornalistas e dois polícias e 11 feridos, quatro dos quais em estado grave.
Um dos alegados autores, Hamyd Mourad, de 18 anos, já se entregou às autoridades e são os outros dois suspeitos, os irmãos Said Kouachi e Cherif Kouachi, de 32 e 34 anos, que estão cercados pela polícia.
Fontes da polícia francesa disseram à BBC que os agentes entraram em contato com os dois homens mantendo uma pessoa como refém em Dammartin-en-Goële. Ambos teriam manifestado sua intenção de “morrer como mártires“.
O ministro do interior francês Bernard Cazeneuve confirmou estar em curso uma operação em Dammartin-en-Goële, pertencente à prefeitura de Seine-et-Marne, para deter os dois suspeitos do atentado ao jornal satírico Charlie Hebdo.
“Atualmente decorre uma operação em Dammartin-en-Goële para a qual se mobilizaram todos os meios para o terreno de forma a neutralizar os autores do atentado perpetrado há dois dias” anunciou numa declaração à imprensa o ministro do Interior francês.
A unidade especial de intervenção da Guarda (GIGN) encontra-se no local e será responsável pela operação nos próximos minutos acrescentou o ministro.
A portuguesa Alexandrina Vieira, funcionária num restaurante na aldeia onde decorre a operação policial para deter os dois suspeitos do atentado de Paris, considera que o local está transformado num “palco de guerra”.
“É um palco de guerra a entrada de Seine-et-Marne, com um grande aparato de polícias, autoridades armadas e tudo isso, há helicópteros a sobrevoar a zona”, relatou a portuguesa por telefone à Lusa.
Em comunicado, as autoridades pediram aos moradores de Dammartin-en-Goële que permaneçam em suas casas e que os estudantes não saiam das escolas.
ZAP / Lusa / BBC