Substituto de Helena Roseta tem empresas de alojamento turístico

O deputado socialista Hugo Pires, que substitui Helena Roseta, tem 50% de uma imobiliária e é proprietário e gerente de uma empresa que declara, nas suas atividades, o alojamento turístico. Hugo Pires vai dirigir o grupo parlamentar sobre habitação.

De acordo com o DN, Hugo Pires, nome escolhido pelo PS para dirigir o grupo parlamentar de trabalhos sobre habitação, em substituição de Helena Roseta, é detentor da totalidade da CRIAT, com sede em Braga – uma empresa que “potencia o valor património arquitetónico através da conversão de imóveis devolutos em alojamentos turísticos“.

Os dados a que o DN teve acesso encontram-se na declaração de interesses do deputado, entregue na Assembleia da República no início da legislatura. O socialista é também detentor de 50% de uma outra empresa  – CRIAT Imobiliária -, com sede em Amares, no distrito de Braga, e especialista em “investimentos imobiliários”.

Constituída em 2015, a CRIAT Imobiliária foi registada como tendo por objetivo a compra e venda de bens imobiliários, a promoção imobiliária, o arrendamento de bens imobiliários e o alojamento mobilado para turistas.

De acordo com o DN, o deputado diz que a empresa nunca se dedicou nem ao arrendamento, nem ao alojamento turístico. “Algumas delas não as exerço nem está no meu horizonte profissional exercê-las”, explicou o socialista.

Hugo Pires explicou ainda que tem participações sociais em empresas dessa área, mas acredita não existirem incompatibilidades. “A atividade imobiliária não é sobre o arrendamento de casa, não atuo nessa área. Solicitarei um parecer para ver se há ou não incompatibilidade. Não quero que haja aqui alguma confusão”, conta Hugo Pires.

Quanto à CRIAT, empresa detida a 100%  pelo socialista, o DN dá conta de que o Portal da Justiça especifica que a empresa tem como fim “a prestação de serviços de arquitetura e consultoria no âmbito da reabilitação urbana, planeamento e ordenamento do território e a elaboração de projetos de arquitetura e de especialidades, urbanismo e planeamento”.

Ainda é especificado pelo Portal que a empresa tem “o controlo, administração, gestão e execução de obras e respetivo licenciamento e construção civil”.

No site da empresa de Hugo Pires lê-se que “a CRIAT conjuga prospeção imobiliária, análise da viabilidade de investimento, reabilitação e apoio a financiamento para que lhe seja mais fácil encontrar a casa à sua medida ou o projeto de investimento mais rentável”.

A empresa diz também potenciar “o valor do património arquitetónico português através da conversão de imóveis devolutos em alojamentos turísticos, explorando-os e dando-os a conhecer a quem quiser viver um pouco mais da nossa cultura”.

Hugo Pires

O socialista escolhido para liderar o grupo de trabalho sobre a habitação é arquiteto de profissão, sendo secretário nacional do PS para a Organização e foi o antigo presidente da concelhia de Braga, integrando atualmente a comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas.

Hugo Pires integra também a comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, no âmbito da qual funciona o grupo de trabalho que visa estabelecer novas regras para o arrendamento.

Esta função é recente para o socialista que, até há poucos dias, era suplente nesta comissão. Hugo Pires passou a efetivo com a saída do deputado João Torres para o governo durante as reformulações da passada semana.

Hugo Pires tem 39 anos e foi eleito pelo círculo eleitoral de Braga e já esteve no Parlamento durante o último governo de José Sócrates. Entre 2009 e 2013, Hugo Pires foi vereador da Câmara Municipal de Braga no executivo de Mesquita Machado e entre 2013 e 2017 foi vereador na oposição, após vitória do PSD na Câmara.

Hugo Pires foi também um dos cinco ex-vereadores socialistas que foi a julgamento no caso do favorecimento de Mesquita Machado a uma filha e a um genro, na compra de três imóveis em redor do Palácio das Convertidas.No caso, o ex-presidente foi condenado a três anos de prisão com pena suspensa.

Quanto aos vereadores, foram todos absolvidos com o tribunal a considerar que não tinham conhecimento dos negócios feitos pelo autarca.

ZAP //

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