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Cidade nos EUA testou o rendimento básico universal. “Os números foram incríveis”

Além de a percentagem de pessoas que tinham um emprego a tempo inteiro ter subido, os participantes da iniciativa também relataram sentir-se menos ansiosos.

De acordo com o estudo publicado esta quarta-feira, citado pela agência Associated Press, os 125 habitantes da cidade de Stockton, na Califórnia, que durante dois anos receberam 500 dólares por mês, sem regras de como os gastar, conseguiram não só pagar dívidas e encontrar um trabalho a tempo inteiro, como ainda reportaram taxas mais baixas de ansiedade e depressão.

O programa, anunciado em 2017 pelo ex-mayor da cidade Michael Tubbs, foi a maior experiência já feita nos Estados Unidos sobre o conceito de rendimento básico universal. A ideia ganhou impulso rapidamente e até se tornou parte importante da campanha presidencial do empresário Andrew Yang.

Segundo a AP, os apoiantes da iniciativa afirmam que este rendimento pode aliviar o stress e a ansiedade das pessoas que vivem com mais dificuldades financeiras, dando-lhes ao mesmo tempo a segurança necessária para poderem encontrar bons empregos e evitar dívidas. Os críticos, por seu lado, argumentam que elimina o incentivo ao trabalho, criando uma sociedade dependente do Estado.

Investigadores independentes da Universidade do Tennessee e da Pensilvânia já analisaram os dados do primeiro ano desta experiência, que começou em fevereiro de 2019 e, portanto, não coincidiu com a pandemia da covid-19. O estudo sobre o segundo ano será lançado no próximo ano.

No início do programa, 28% dos participantes tinha empregos a tempo inteiro. Um ano depois, essa percentagem subiu para 40%. O grupo de controlo, cujos indivíduos não receberam nenhum dinheiro, viu um aumento de 5% relativamente à mesma matéria.

Os investigadores descobriram ainda que as pessoas que receberam este rendimento mensal relataram menor incidência de ansiedade e sintomas depressivos, em comparação com o outro grupo de pessoas. Segundo a agência noticiosa, essas conclusões podem ser fundamentais no estudo do próximo ano, uma vez que já irá analisar como é que os participantes se saíram durante a crise pandémica.

Dado que estes norte-americanos receberam o dinheiro num cartão de débito, a equipa também conseguiu perceber em que tipo de coisas era gasto. Menos de 1% se destinou para comprar coisas como tabaco e álcool.

Estes números foram incríveis. Quase não acreditei neles”, disse Stacia West, professora assistente da Universidade do Tennessee que analisou os dados juntamente com Amy Castro Baker, professora assistente da Universidade da Pensilvânia.

Na Europa, vários países já testaram o rendimento básico universal, como é o caso da Finlândia ou da Alemanha.

ZAP //

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