/

Número de vítimas no Sri Lanka continua a subir: 290 mortos e 500 feridos

M.a. Pushpa Kumara / EPA

Pelo menos 290 pessoas morreram e 500 ficaram feridas nos ataques deste domingo no Sri Lanka, segundo um novo balanço divulgado esta segunda-feira pelas autoridades.

O número de pessoas detidas relacionadas com os ataques, que não foram ainda reivindicados, também aumentou de 13 para 24, disse à agência de notícias France-Presse o porta-voz da polícia Ruwan Gunasekera.

A polícia também informou esta segunda-feira que uma bomba artesanal foi descoberta e desativada no domingo, perto do principal aeroporto de Colombo.

No total houve oito explosões. A capital do país, Colombo, foi alvo de pelo menos cinco explosões: em quatro hotéis de luxo e uma igreja. Duas outras igrejas foram também alvo de explosões, uma em Negombo, a norte da capital e onde há uma forte presença católica, e outra no leste do país. A oitava e última explosão teve lugar num complexo de vivendas na zona de Dermatagoda.

As primeiras seis explosões ocorreram “quase em simultâneo”, pelas 08:45 (3:15 em Portugal), de acordo com fontes policiais citadas por agências internacionais.

As primeiras investigações apontam para bombistas suicidas na origem de, pelo menos, seis das explosões. Ainda não há qualquer informação oficial sobre quem serão os responsáveis pelos ataques, mas a polícia fez 24 detenções e acredita que os atacantes integram “um grupo islâmico radical”.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, emitiu uma mensagem em que condena os “hediondos” ataques terroristas.

O primeiro-ministro do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe afirmou que os serviços secretos tinham desde há dez dias informações sobre um possível ataque terrorista: “Devemos tentar perceber porque é que não foram tomadas as devidas precauções. Nem eu nem os outros ministros fomos informados”.

Entretanto, os Estados Unidos alertaram esta segunda-feira que “grupos terroristas” continuam a preparar ataques no Sri Lanka.”Grupos terroristas continuam a planear possíveis ataques no Sri Lanka. Os terroristas poderiam atacar com pouco ou nenhum aviso (…) áreas públicas”, alertou o Departamento de Estado norte-americano através da sua embaixada dos Estados Unidos no Sri Lanka.

O Governo norte-americano indicou como potenciais alvos destes ataques áreas turísticas, centros de transporte, mercados, centros comerciais, instalações governamentais, hotéis, clubes, restaurantes, locais de culto, parques, grandes eventos desportivos e culturais, instituições educacionais e aeroportos.

“Lua de mel no sítio calmo”

Esta segunda-feira de manhã, o ministro dos Negócios Estrangeiros confirmou que há pelo menos 37 cidadãos estrangeiros mortos, entre os quais um português, três indianos, três britânicos, dois turcos e dois australianos. Há ainda 25 corpos por identificar.

De acordo com o jornal Público, Rui Lucas, o cidadão português entre as vítimas, tinha 30 anos e estava na capital do país em lua-de-mel. O Jornal de Notícias apurou que a vítima é natural de Viseu e que casou na semana. Por sua vez, o Observador adianta que a sua mulher já pediu apoio ao Governo português para “regressar rapidamente” a Portugal.

A Lusa avança que Rui Lucas trabalhava numa empresa ligada a eletricidade e climatização em Crasto de Campia, a 40 quilómentros de Viseu. “Era uma pessoa com um coração enorme, um grande amigo”, disse o dono da empresa, Augusto Teixeira, explicando que os 30 funcionários da empresa estão “consternados”. “Ele ia passar a lua-de-mel num sítio calmo, com uma cultura diferente. Gostava de viajar, viajava muito nas férias”.

O secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, disse ainda à Lusa que há dez portugueses a viver no Sri Lanka e que todos se encontram bem. Uma família de quatro pessoas que estava em viagem pelo país contactou também a secretaria de Estado das Comunidades para pedir ajuda – o grupo está seguro.

Entre os mortos há cidadãos de 27 nacionalidades, revelou o Governo cingalês.

ZAP // Lusa

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.