TIAGO PETINGA/LUSA
3 meses depois, pouco mudou — Montenegro passou a empresa aos filhos, mas isso “não resolve” potenciais conflitos de interesse. Sede e atividade mantém-se as mesmas.
“A empresa familiar passará doravante a ser detida em exclusivo pelos filhos e mudará a sua sede”, garantiu Luís Montenegro há quase 3 meses, no dia 1 de março. Dito e feito… mas só a primeira parte.
2 dias depois, doou a quota da Spinumviva aos filhos. Mas a mudança da sede da empresa familiar ficou por cumprir — continua a ter atividade em casa do primeiro-ministro, segundo avança o Correio da Manhã. A sede mantém-se, portanto, desde a criação da empresa, em janeiro de 2021.
Para além disso, a empresa mantém também no objeto social a possibilidade de fazer contratos de consultoria com organismos públicos.
João Paulo Batalha, vice-presidente da Frente Cívica, diz ao diário que “isto só mostra que o primeiro-ministro não se separou da Spinumviva e não tem a menor intenção de se separar e prova que não só quer manter os clientes, como quer sinalizar que está aberto a novos clientes que queiram obter a simpatia do primeiro-ministro”.
O responsável garante que a passagem da empresa para o nome dos filhos não resolve o problema de um potencial conflito de interesses.
Esta semana, o assunto da Spinumviva voltou a ser trazido para a campanha da AD, com o filho de Luís Montenegro a marcar presença esta segunda feira numa arruada em Vila real.
Questionado pelos jornalistas, Hugo Montenegro admitiu a possibilidade de prestar depoimentos no Parlamento numa eventual Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a sua empresa.
