Um “pormenor” numa sondagem recente pode definir o próximo primeiro-ministro

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Tiago Petinga / Lusa

Pedro Nuno Santos tinha uma grande vantagem entre os eleitores mais velhos. Num mês, essa margem desapareceu e Luís Montenegro “reconciliou-se”.

Sondagens são sondagens e a verdadeira sondagem é no dia das eleições.

Já destacámos aqui que, perante um número tão elevado de indecisos (sempre próximos dos 20%), é muito complicado adivinhar resultados para o próximo domingo.

No entanto, o último inquérito mostrou um número que pode ser decisivo nas legislativas.

A sondagem do ICS/ISCTE, partilhada pelo Expresso e pela SIC, apresenta um empate técnico entre AD e PS, desta vez com vantagem de um ponto percentual para a coligação de direita (31% vs. 30%).

Mas há um número que será mais importante do que essa percentagem global.

A sondagem, como qualquer outra, recolheu respostas de pessoas de todas as faixas etárias. E, entre as mais velhas, o panorama mudou.

Nos eleitores com 65 anos ou mais, no final de Janeiro o PS conseguia 40% das intenções de voto e a AD apenas 20%; no final de Fevereiro essa diferença de 20 pontos desapareceu: 29% para PS, 28% para AD.

Não é um “pormenor”: há cerca de 2.7 milhões de eleitores residentes em Portugal com mais de 65 anos, num total de quase 9.3 milhões, segundo a Pordata. Ou seja, cerca de 30% dos eleitores estão nessa “fatia” mais velha.

Mafalda Prata Fernandes acha que esse é o dado mais importante nessa sondagem. “Muda o jogo e, em parte, é mérito de Montenegro” – o líder da AD já tinha dito que o PSD precisava de se “reconciliar” com os reformados, depois dos cortes nas pensões no Governo liderado por Pedro Passos Coelho.

A politóloga disse na rádio Observador que vê nesta campanha um Luís Montenegro “mais sensato e mais moderado” do que os outros candidatos – mesmo com tinta na cabeça e com frases controversas sobre imigração, aborto ou clima, provenientes de pessoas de PSD e CDS.

“Ao contrário dos seus colegas de partido, como Pedro Passos Coelho quando falou sobre a imigração, Luís Montenegro percebeu que as eleições portuguesas se ganham ao centro. A maioria dos eleitores portugueses está ao centro”, reforçou.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

14 Comments

  1. Deixem-se de tetas.
    A “peste grisalha” jamais permitirá reconciliações serôdias.
    Os ataques desferidos à sua sobrevivência, são lapidares na sua memória.
    Se não sabem, não inventem, nem ofendam quem vos devia merecer respeito.
    Os tempos da troika e os seus obreiros, entre eles Luís Montenegro, arriscam ser o último arrepio da “peste grisalha”, que não esquece quem os maltratou, muito menos quem os libertou e respeitou.

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  2. Os piegas, a peste grisalha, os que viveram acima das suas possibilidades, anulam o “pormenor”.
    As suas memórias convertem-no num incomensurável PORMAIOR, pelo que darão o voto a quem provou merecer a sua confiança. e credibilidade, a esquerda.
    A direita, através dos seus barões, mais do que no passado, já esclareceu, na expressão das ocultas intenções, ao que vêm, no presente.

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  3. O culpado dessa blhana toda foi PS com a Bancarrota estragou tudo, os cortes de pensãos foi o Sócrates o desgracado do Passos é que ficou com as culpas porque o PS que chamou a Troica um ano para ia que não foi nada com ele, e os esqurdalhos julgam por dizer uma mentira 1000 vezes passa a ser verdade, temos memória e na comemos gelados com a testa. Três bancarrotas do PS se se tivessem vergonha na cara e com o currículo de ter um ministro em tribunal por ter posto Portugal a de rastos e ainda anda a tentar que prescreva para não ser julgado,, porque se for vai mudar de casa vai.

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  4. Cara Lucinda,
    No dia 10 se verá. A “peste grisalha” não sabe, como a generalidade dos portugueses, fazer as contas no seu todo, senão chegariam rapidamente à conclusão, que os ultimos 8 anos de governação em Portugal, com a brutal carga de impostos que quem trabalha paga, lhes levou mais poder de compra que os anos da Troika.
    Mais digo, atendendo a que os seus comentários são sempre os primeiros em qualquer notícia do ZAP, leva a supor que seja mais uma que vive à conta dos subsídios, pagos por quem trabalha e leva o pais para a frente. Cumprimentos.

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  5. As eleições ganhavam-se ao centro quando PSD+PS eram 70% ou mais.
    O mundo eleitoral virou a página desde que esses dois mal chegam aos 60%.
    Para a semana cá estou para vos ver engolir os nossos “sapos” … todos!

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  6. Considero inevitável fazer aqui a comparação destes barões, até porque afinal se trata, de novo dos mesmos, com aqueles outros que ficaram na história como “bourgeois de grosse traite”. E, não se trata de uma mera expressão metafórica, afinal, a única coisa que muda não é a fortuna de “el-reyx”, mas tão só, a necessidade que eles têm de garantir que o povo escravizado lhes garanta os lucros chorudos de sempre, mas que ainda assim acham pouco.

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  7. O atual líder do PSD sempre estudou os dossiês até à exaustão, preparava os discursos ao milímetro, os argumentos e até os contra-argumentos, a antecipar as perguntas que lhe poderiam ser feitas. Jorge Tadeu Morgado não se surpreende com o seu percurso político e tem absolutas certezas de que será ele o primeiro-ministro. Luís Montenegro tem, de longe, muito mais experiência política do que o seu principal adversário eleitoral

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  8. Caro Luís Manuel,
    Muitos da peste grisalha ainda trabalham, e sabem fazer contas, sem cálculadora, sem papel nem lápis.
    Sabe fazer contas de cabeça?
    Pois a peste grisalha sabe.
    Aprendeu no tempo em que o papel e o lápis eram luxo para os pobres, e é por isso que recusam igual sorte para os que lhes sobreviverem e vindouros.
    Mas isso é coisa que que alguns nascidos em liberdade e que dão tudo por adquirido desconhecem, e recusam querer conhecer.

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  9. Caro Luís Manuel,
    O que eu faço ou deixo de fazer, não lhe diz respeito, não é da sua conta.
    Subsídios, não recebo e nunca necessitei.
    Mas tudo farei para garantir que o Luís e todos os que estejam ou possam vir a estar nessa situação, a eles tenham o devido direito, mesmo sabendo, com muito gosto, que uma ínfima parte terá origem no produto do meu trabalho.
    Não são esmolas. São deveres e direitos, legais e cívicos.
    Cumprimentos

  10. @Lucinda Porque vai buscar de forma tendenciosa coisas do passado para invocar o bixo papão da liberdade quando tem no presente camaradas a governar países como a China, Venezuela, Cuba, etc…

  11. Joe,
    Respeito todos os comentadores que fazem o favor de partilhar comigo as suas opiniões, coincidentes ou não com as que defendo. Da discussão nasce a luz..
    Contudo. Jamais me permitirei um testemunho que não me respeite, e ao que a vida me permitiu experienciar. Gostem ou não gostem os meus parceiros de comentários, não vou dourar a pílula omitindo ou mentindo sobre um tema, só para lhes agradar,
    Se têm medo do “bicho papão”, só confirma que estou do lado da razão.
    Quanto aos “camaradas” pode ficar com todos, desses e dos países que mais lhe agradarem.
    Quando não se sentir capaz para dizer algo de coerente, não tente fazer gracinhas, que não abonam a seu favor, e só o colocam mal.
    Respeite-se.

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  12. Os cortes das remunerações aos trabalhadores do setor público surgiram no Orçamento de Estado de 2011, aprovado pela Lei n.º 55-A/2010: https://diariodarepublica.pt/dr/detalhe/lei/55-a-2010-344942
    Veja-se o artigo 19.º deste Orçamento para 2011.
    Quem assina?
    Artigo 187.º do OE 2011
    Entrada em vigor
    A presente lei entra em vigor no dia 1 de Janeiro de 2011.
    Aprovada em 26 de Novembro de 2010.
    O Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama.
    Promulgada em 30 de Dezembro de 2010.
    Publique-se.
    O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.
    Referendada em 30 de Dezembro de 2010.
    Pelo Primeiro-Ministro, Manuel Pedro Cunha da Silva Pereira, Ministro da Presidência.

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