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Sonae com lucros de 357 milhões/euros vai contestar imposto extraordinário de 1,3 milhões

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José Coelho / Lusa

A presidente do conselho de administração da Sonae, Cláudia Azevedo

Os lucros da Sonae cresceram, em 2023, para os 357 milhões de euros, um aumento de 6,4% relativamente ao ano anterior. O grupo empresarial que detém o Continente pagou 1,3 milhões de euros de imposto sobre os lucros extraordinários, mas vai contestar o pagamento.

A presidente executiva (CEO) da Sonae, Cláudia Azevedo, destacou os “resultados financeiros sólidos” e os “níveis altíssimos” de investimento efectuados pelo grupo em 2023, durante a apresentação de contas na Maia, no distrito do Porto.

A CEO sublinhou que o ano passado foi “muito desafiante e complexo”, marcado por “uma inflação altíssima, as taxas de juro mais altas dos anos mais recentes, duas guerras – na Ucrânia e Médio Oriente – e novas tecnologias a desenvolverem-se de maneira muito forte”.

Neste “ambiente de mercado volátil”, Cláudia Azevedo salientou que a Sonae “continua a investir em níveis altíssimos”, tendo no ano passado aumentado o investimento em 30% face ao “já muito grande” nível pré-pandémico de 500 milhões de euros.

Em 2023, o grupo investiu um total de 665 milhões de euros, dos quais 515 milhões em Portugal, e 150 milhões a nível internacional.

Continente contribuiu para aumento de 6,4% nos lucros da Sonae

No ano passado, o lucro da Sonae cresceu para 357 milhões de euros, um aumento de 6,4% relativamente ao ano anterior, conforme anunciou a empresa.

O volume de negócios consolidado ascendeu a 8,4 mil milhões de euros em 2023, aumentando 9,2%, principalmente devido ao crescimento da MC, a empresa que dirige 17 das principais marcas do Grupo Sonae e o Continente.

Num exigente contexto competitivo, a MC reforçou a sua posição de liderança de mercado. Além disso, o “forte investimento” na expansão dos negócios contribuiu para estes resultados, como refere a empresa.

A Sonae revela ainda que o EBITDA [resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações] ascendeu a cerca de mil milhões de euros, com a rentabilidade “pressionada pelos esforços para absorver parte da pressão inflacionista, sobretudo nos formatos de retalho alimentar”.

Com estes resultados, a empresa propõe uma distribuição de dividendos de 5,639 cêntimos por acção.

Sonae contesta 1,3 milhões da taxa sobre lucros extraordinários

A Sonae contabilizou um valor de 1,3 milhões de euros relativos à taxa sobre lucros extraordinários de 2022 e 2023, mas anunciou que vai contestar este pagamento.

Não reconhecemos esse conceito de lucro excessivo e vamos, naturalmente, contestar o pagamento”, afirmou o administrador financeiro, João Dolores, durante a sessão de apresentação dos resultados de 2023.

O imposto sobre lucros extraordinários (conhecida por ‘windfall tax’) começou a ser cobrado em 2022, e acabou no final de 2023, consistindo numa taxa de 33% cobrada às empresas de energia e da distribuição alimentar que tenham registado um aumento de 20% face à média dos lucros tributáveis registados nos quatro anos anteriores.

Cláudia Azevedo destaca “grito de mudança” e pede um Governo estável

Durante a apresentação de contas, a CEO da Sonae foi confrontada com o resultado das eleições legislativas de domingo e não fugiu ao tema.

Cláudia Azevedo considerou que houve “grito de mudança grande”, mas “seja qual for a solução governativa, é preciso que haja estabilidade e que os partidos percebam que as pessoas votaram porque sentem que as políticas não tratam da sua vida”.

Não há razão alguma para os partidos não se entenderem em causas fundamentais“, disse ainda, frisando que “ninguém gosta de uma justiça lenta”, e que “nem os professores, nem os pais, gostam que a escola pública esteja neste estado, a mesma coisa na saúde”.

“Porque é que não nos podemos entender todos?”, questionou também.

Cláudia Azevedo também tratou de sublinhar alguns dos seus interesses pessoais enquanto CEO da Sonae, realçando que “a carga fiscal sobre as pessoas e as empresas é excessiva”.

“O imposto sobre os lucros extraordinários ainda faz menos sentido e rejeitamos essa ideia”, reforçou, considerando que “taxar o desenvolvimento não faz sentido”.

“No domingo, as pessoas votaram a dizer isso. Disseram: ‘por favor, estamos fartos de politiquices, queremos políticos orientados para o futuro e não fazer oposição pela oposição, mas fazer uma política construtiva”, vincou.

“Preocupa-me que Portugal passe a vida em eleições e depois as coisas não são decididas. Mas preocupa-me mais a falta de políticas de futuro“, concluiu.

ZAP // Lusa

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2 Comments

  1. Queremos políticos que apliquem taxas a quem mais lucros tenha! Sim! Arrecadaram lucros fabulosos à custa do IVA 0%, da especulação e de outras tantas manobras como seja a sede das empresas em paraísos fiscais e nós é que temos que lhes garantir as infra estruturas a custo zero!!! É preciso desfaçatez!!! Queriam mais benesses ainda!

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