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Soldados guardavam paióis em Tancos sem munições nas armas

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Paulo Cunha / Lusa

Militares em patrulha junto à vedação dos Paióis de Tancos

Os soldados que faziam a vigia dos Paióis Nacionais de Tancos, de onde foram roubadas várias armas de guerra, tinham armas sem munições. Um dado que vem reforçar a total fragilidade da segurança destas instalações militares.

O Jornal de Notícias apurou que a segurança aos paióis de Tancos, de onde foi roubado material de guerra, bem como a todos os restantes que existem pelo país, era garantida por militares munidos com espingardas G3 sem munições.

As armas teriam carregadores sem munições. Nos cinturões, os soldados teriam carregadores suplementares com munições (dois no máximo), lacrados e com cintas, conforme avança o JN, realçando que estas circunstâncias dificultariam o seu uso imediato numa situação de emergência.

A medida terá sido adoptada nos anos de 1990 para evitar acidentes.

“Numa situação como a de Tancos, em que poderemos estar a falar em profissionais, o militar não tem condições para fazer nada“, refere ao JN uma fonte militar não identificada.

“Só o barulho de tirar carregador, pôr carregador, puxar culatra atrás, das duas uma: ou o alvo escapava antes de o militar estar em condições de fazer fogo ou o alvo o abatia”, considera a mesma fonte.

Outros problemas de segurança apontados pelo JN é o pequeno número de militares de vigia, fruto da falta de recursos humanos, e o facto de as torres de vigia estarem desactivadas.

Segurança vai regressar aos anos de 1980

Entretanto, o Diário de Notícias apurou que o Exército vai voltar a aplicar normas de segurança dos anos 1980, “pelo menos em torno dos Paióis de Tancos”.

A decisão foi tomada depois da reunião de segunda-feira à tarde, do Conselho Superior do Exército, onde ficou definido juntar “mais dois militares” às secções de vigia, criar uma “força de reforço” num dos regimentos da zona para os casos de emergência e “fazer que as rondas dos regimentos patrulhem também a área dos paióis”, refere o DN.

Além disso, ficou também decidido “desselar os carregadores das armas dos militares que fazem as rondas”, aponta o jornal.

Protesto de oficiais em Belém

O afastamento temporário de cinco comandantes de unidade do Exército, para não interferirem com as averiguações internas em curso ao roubo de armamento de guerra, levou entretanto, oficiais na reserva e na reforma a organizarem um protesto simbólico, nesta quarta-feira, junto ao Palácio de Belém.

“A ideia é a solidariedade para com os coronéis exonerados e uma crítica ao poder político pela desinformação à população e pelo desinvestimento nas Forças Armadas”, afirmou à Lusa o coronel na reforma Tinoco de Faria, um dos participantes.

O coronel sublinhou ainda que está prevista a deposição das espadas que “simboliza” a perda do comando. “Entregamos a nossa espada, em solidariedade com aqueles que, sem responsabilidade nenhuma, o perderam”, afirmou.

Entretanto, a Associação dos Oficiais das Forças Armadas (AOFA) vai reunir, nesta terça-feira à noite, a título extraordinário, o Conselho Nacional para analisar o caso, revelou à Lusa o presidente da organização, tenente-coronel António Mota.

O objectivo é tomar “uma posição final e global, de acordo com aquilo que o Conselho Nacional decidir”, explica o tenente-coronel.

ZAP // Lusa

17 Comments

  1. Talvez seja mais simples abrir as portas e colocar um cartaz “SIRVAM-SE – OFERTA DO(S) GOVERNO(S)”
    Assim ainda poupamos em espaço dos paióis (podemos também oferecer para construção de condomínio de luxo) e em recursos, pois não será necessário ter os militares a fazer as rondas.
    Já agora aplique-se a mesma receita à policia, para quê estar a gastar dinheiro em Glock’s se depois só podem ser usadas em carreiras de tiro e não para defender a vida dos profissionais que as usam.
    Retirem todo o poder e autoridade (do pouco que já existe) às forças de segurança e convidem-se os carteis, gangs e outras coisas semelhantes para transformar este pais num paraíso

  2. Claro, até porque a culpa das rondas com intervalos de 20h entre elas, a falta de reparação do sistema de videovigilancia e as torres de vigia inativadas ou até mesmo sem alarmes nas portas é culpa do governo!
    Uma porcaria de um alarme com sensores de movimento e um sistema de videovigilancia custa no mercado em média uns 1500€, e já estou a falar de valores elevados!
    Obviamente que quem desenhou e implementou o esquema de defesa dos paióis, foi muito incompetente!
    Aqui não se trata de desinvestimento nas forças armadas, não quer dizer que não o haja, mas neste caso foi incompetência da instituição das forças armadas.
    Ter um armazém cheio de armas sem qualquer vigilância durante mais de 20h, é o quê? é culpa do governo claro está!
    Por amor de Deus!
    E o que dá piada é depois ver a cristas eo passos fedelho a tentarem obter dividendos políticos com a desgraça nacional. Uma palhaçada, parecem abutres!

    • Para nós, o povo, um sistema desses custaria em média 1.500€, mas como se sabe, em orçamento feitos para o estado, a esses valores acrescentam-se dois zeros, ou seja, custaria 150.000€… No final, é sempre o mesmo o culpado: o povo! Enfim, nada que já me admire… infelizmente!

  3. Estúpido dar uma notícia do género!!!!

    Só vem eliminar uma medida que tem implicações no evitar de acidente, mas não tem na segurança das instalações. Se não, vejamos:

    Quem pretende assaltar não sabe se os guardas têm ou não as armas munidas. Se sabem, é porque têm informação do interior da estrutura, e se a têm, então nem as armas carregadas evitam o assalto.

    Não é srs. jornalistas sensacionalistas??????

    • Caro senhor,
      Meter a cabeça na areia e “não querer saber” é uma opção sua. Não é a opção, por definição, dos nossos leitores.
      Se não quiser saber, não saiba. Mas não lhe passe pela cabeça decidir pelos outros o que devem ou não ter o direito de saber.

      • Quando não se tem em conta o dano que se pode provocar, reitero que è só e mero sensacionalismo, mal escondido pelo “direito” de informar, ou da homóloga necessidade/vontade de saber.

        Consegue enumerar as vantagens de ter dado esta notícia??? E os danos???

        Quer fazer este exercício de honestidade intelectual, movido pelo desejo dos leitores de saber, pelo direito de informar (de forma isenta, honesta e completa, acrescento eu) e pelo dever de ser inteligentes?

        Ah, claro, esquecia-me… é preciso ser inteligente para o reconhecer….

      • Caro leitor,
        Não podemos tolerar que insulte a nossa inteligência. Foi o que fez, não pela sua pueril tentativa de o verbalizar, mas por achar que publicar dados sobre o caso “provoca danos”.
        Achar (ou querer fazer-nos achar) que publicar esta notícia vai aumentar ou diminuir a probabilidade de haver mais ou menos “danos” é um insulto à nossa inteligência, e à inteligência de todos os nossos leitores (sem qualquer excepção) e/ou uma tentativa de limitar o direito de informar que tão infame lhe parece.
        E como não toleramos que a inteligência de qualquer dos nossos leitores (sem qualquer excepção) seja posta em causa, damos este assunto por encerrado.

    • Quem lá foi também obviamente sabia disso, pois para quem sabe o que existe, onde existe, qual a melhor hora, etc etc também não saberia que os guardas têm ou não munições? Claro que sabem, e sabem muito mais do que corre nas noticias.

      E é bom que se saiba disso, pois é necessário que se faça alguma coisa, é necessário que o povo saiba destas porcarias…

      Pois é que para andarem em cursos de comandos que levam à norte, ou o caso mais recente das refeições dos generais, ou ainda dos cursos de GNR e curos de Bombeiros dado aos mesmos indivíduos ( então vamos gastar 2 vezes com a mesma pessoa, quando essa mesma pessoa não consegue estar em 2 sítios? )

      É bom que se saiba a porcaria toda

  4. Era o “nacional porreirismo” no seu melhor!ahahahah Agora a solução foi exonerar (temporariamente?!) o pente de comandantes de Tancos. Não sei porquê, algo me lembrou aquele episódio da Bíblia que até metia um bode…

  5. Pois, a culpa é sempre dos outros do antes e do antes antes da cristas do passos do galo de barcelos etc.
    etc. a culpa é sempre de quem é colocado nos poleiros não por merito mas por cartão de “contribuinte” por isso é que somos um país de incompetentes e em tudo que mexemos só dá m—a.
    Qum tem o tacho faz por não mexer muito para não dar muito nas vistas senão a verdade vem ao de cima
    quem tem competência se não for filiado no clube está fora .
    E pronto, tudo como dantes no quartel de Abrantes
    Cps e bjs
    J.Barbosa

  6. DEPOIS DE CASA ROUBADA TRANCAS Á PORTA.
    ENTAO É ASSIM QUE SE PROTEJE O MATERIAL MAIS SENSIVEL NAS FORÇAS ARMADAS??
    ISTO FAZ LEMBRAR OS EPISODIOS DO RAMBO. SÓ FALTA MESMO É DESTRUIR UM QUARTEL. E TODOS OS EQUIPAMENTOS MAIS IMPORTANTES.
    TIVERAM TEMPO DE SOBRA PARA SE MOVIMENTAREM.ONDE ANDAVAM O OFICIAL DE DIA E SARGENTO DE DIA.?
    ENTAO É ISTO, AS FORÇAS ARMADAS? ou desarmadas. HAJA COMPETENCIA E RESPONSABILIDADE.
    SE FOREM PARA O TEATRO DE GUERRA, ENTAO É QUE É O BONITO.

  7. Com armas carregadas, ou não, quer parecer-me que, nos moldes em que a segurança era efectuada, o resultado seria o mesmo… Mas essa de militares de vigia com armas sem munições, não cabe na cabeça de ninguém: Não foram treinados para o seu uso? Pelo menos no meu tempo era assim (1969/1972). E além dos soldados vigias, com G3 municiadas, claro, havia o sargento de ronda (2 horas em cada 24, com senha e contra senha, mudadas diariamente) e o oficial de ronda. E ai de quem fosse apanhado a dormir ou desatento… Agora, parece que o simples facto de exibir a arma é suficiente. Vê-se! E não mudem o sistema, não, que qualquer dia segue-se outro…

  8. Este roubo era fácilmente evitado.
    Bastava que os militares fizessem ronda ao quartel, no mínimo com a mesma frequência que fazem a “ronda” ao bar da messe.
    Terá o governo culpa?. Não brinquem com coisas sérias. Para atribuir culpas ao governo, então teremos de despedir todos os militares porque não estão lá a fazer nada.
    A video vigilância não estava a funcionar. Instalações como estas não têm trancas nas portas e sensores de aviso de abertura?. Porra, vão aos Chineses e compram uns sensores por uma bagatela.
    Estes são militares com m pequeno.

  9. Bem isto dá mais ou menos para concluir-mos que se trata de um exército a brincar mais ou menos como aquelas brincadeiras de meninos que agora até devem ser muito mais atraentes com meninas à mistura, será que os nossos vizinhos nos levem a sério com tanta barracada por cá?.

  10. O que dirão os “velhos” generais?
    Batemos no fundo. É mesmo ridículo e devemos ser alvo de chacota na Europa com o que se passou.
    Responsabilidade por que se está a passar? Exoneram-se (ou retiram-se de funções) alguns coronéis e tenentes coronéis, para calar o povinho. Não sei como é que a responsabilidade não foi só atribuída ao soldado ou ao cabo.
    O sr. Chefe do Estado Maior do Exército não sabia da vulnerabilidade na guarda dos paióis? E o Chefe dos três Ramos das Forças Armadas? E o sr. Secretário de Estado com o pelouro da Forças Armadas? E o sr. Ministro da Defesa em funções há quase dois anos? Ninguém sabia de nada?
    Somos mesmo governados por irresponsáveis…

    • Parece-me que anda distraído…
      Então os comandantes das unidades não serão os principais responsáveis pelo armamento???
      Ou agora o ministro ou o CEME é que tem que fazer esse trabalho??
      Não brinquem com a inteligência das pessoas!!

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