Sol artificial coreano bate recorde: sete vezes mais quente do que o núcleo do Sol

Korea Institute of Fusion Energy

Korea Superconducting Tokamak Advanced Research, ou KSTAR

Cientistas da Coreia do Sul anunciaram um novo recorde mundial para o período de tempo em que foram mantidas temperaturas de 100 milhões de graus Celsius – sete vezes mais quente do que o núcleo do Sol – durante uma experiência de fusão nuclear.

A maioria dos métodos que usamos atualmente para produzir energia são poluentes e limitados.

A fusão nuclear procura replicar a reação que faz o Sol e outras estrelas brilharem, fundindo dois átomos para libertar enormes quantidades de energia.

Este método, considerado o Santo Graal das soluções climáticas de energia limpa, tem o potencial de fornecer energia ilimitada sem poluição por carbono, mas dominar este processo ainda é um desafio.

Atualmente, a forma mais comum de obter energia de fusão envolve um reator, dentro do qual variantes de hidrogénio são aquecidas a temperaturas extraordinariamente altas para criar um plasma.

Estes plasmas de alta temperatura e de alta densidade, nos quais as reações podem ocorrer durante longos períodos de tempo, são cruciais para o futuros dos reatores de fusão nuclear. No entanto, a manutenção destas altas temperaturas não tem sido fácil de atingir devido à natureza instável deste estado físico.

Agora, o Korea Superconducting Tokamak Advanced Research, ou KSTAR, conseguiu manter a temperatura de 100 milhões de°C (sete vezes a temperatura no núcleo do Sol) durante 48 segundos – conseguindo manter o plasma quente no modo de alto confinamento (também conhecido como modo H) por 102 segundos.

O reator conseguiu, pela primeira vez, atingir este limite em 2018, mas só durante 1,5 segundos. Um ano depois, conseguiu manter a temperatura durante 8 segundos, aumentando para 20 segundos em 2020. O último recorde aconteceu em 2021, quando o plasma foi mantido durante meio minuto.

A próxima meta é atingir 300 segundos de queima de plasma até ao final do ano de 2026.

Segundo o comunicado da equipa, os cientistas conseguiram prolongar o tempo ajustando todo o processo, incluindo o uso de tungsténio em vez de carbono nos “desviadores”, que extraem calor e impurezas produzidas pela reação de fusão.

Este e os próximos avanços serão um contributo muito importante no desenvolvimento do Reator Termonuclear Experimental Internacional no sul de França, conhecido como ITER, o maior tokamak do mundo que tem como objetivo final provar a viabilidade da fusão.

O trabalho do KSTAR “será de grande ajuda para garantir o desempenho previsto na operação do ITER a tempo e para avançar na comercialização da energia de fusão”, disse Si-Woo Yoon, diretor do centro de investigação do centro KSTAR, citado pelo IFL Science.

ZAP //

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