O fundo de greve criado através de crowdfundig para financiar a greve dos enfermeiros nos blocos cirúrgicos ainda tem 246 mil euros, segundo o relatório de contas publicado pelo grupo de profissionais que esteve na base das duas paralisações.
Segundo o relatório, divulgado pelo Público e que foi publicado na página do Facebook do grupo “Greve Cirúrgica”, que esteve na origem das paralisações que obrigaram a adiar milhares de cirurgias, sobraram da primeira greve 42.157 euros.
Os dados indicam que o total angariado da segunda greve (384.836 euros) mais o que sobrou da primeira totalizou 426.933 euros. O grupo lembra ainda que, do valor total angariado, é retirado pela plataforma PPL o correspondente ao IVA (23%) e à comissão pelo trabalho.
Os dados indicam ainda que foram gastos 180.869 em doações e despesas de manutenção de conta, restando um remanescente de 246.124 euros.
O grupo de profissionais aproveita a mensagem publicada para agradecer “todos os contributos dos colegas em prol desta luta nunca antes tentada”, aos enfermeiros dos blocos cirúrgicos que levaram a cabo a paralisação, aos piquetes de greve e aos sindicatos que a apoiaram.
“Fizemos o que ainda não tinha sido feito e não vamos parar por aqui“, avisa o grupo, garantindo que, “brevemente, daremos mais informações acerca do destino do montante remanescente”.
O grupo “Greve Cirúrgica” garante que vai manter-se “atento e em período de definição de novas estratégias” e afirma: “vamos continuar sempre ao lado dos enfermeiros”.
A primeira greve cirúrgica decorreu entre 22 de novembro e 31 de dezembro de 2018 e a segunda entre 31 de janeiro e 28 de fevereiro, acabando por ser interrompida depois de a Procuradoria-Geral da República ter considerado a primeira paralisação ilegal por não corresponder ao pré-aviso e porque o fundo usado para compensar a perda de salário não foi constituído nem gerido pelos sindicatos que decretaram a greve.
Na segunda greve, o Governo decretou uma requisição civil para quatro dos dez centros hospitalares abrangidos pela paralisação, alegando o não cumprimento dos serviços mínimos que tinham sido definidos com os sindicatos.
Entretanto, o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) marcou uma greve para começar a 2 de abril, mas foi sendo sucessivamente adiada na sequência das negociações com a tutela e que acabou cancelada na passada quarta-feira.
“Para o Sindepor a prioridade será sempre a resolução dos problemas dos Enfermeiros através de processos negociais pelo que, neste momento e tendo em conta as condições existentes, decretamos a suspensão definitiva da greve“, lê-se na mensagem publicada na página do Facebook.
ZAP // Lusa
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