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Só metade das crianças deverá voltar ao pré-escolar esta segunda-feira

As crianças em idade pré-escolar regressam esta segunda-feira aos jardins de infância, que voltam a funcionar com novas regras, depois de encerradas durante mais de dois meses, devido à pandemia da covid-19.

Apesar do regresso, que se faz no Dia da Criança, só metade das crianças inscritas na educação pré-escolar voltarão esta segunda-feira às suas escolas, de acordo com um levantamento da Federação Nacional de Professores (Fenprof) feito junto dos agrupamentos de escolas citado pelo jornal Público.

Dados da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência relativos ao ano letivo 2017/2018, dão conta de que no continente estavam então inscritas no pré-escolar 227.938 crianças. Tendo em conta estes números e as estimativas da Fenprof, voltarão esta segunda-feira aos jardins de infância 114 mil crianças.

As crianças entre os 4 e os 6 anos estão em casa desde 16 de março, quando o Governo suspendeu todas as atividades letivas presenciais, para conter a propagação do novo coronavírus, e os estabelecimentos de ensino, desde creches a universidades, encerraram.

Na sexta-feira, as instituições do pré-escolar ainda não sabiam ao certo quantas crianças recebem a partir desta segunda-feira, mas previam uma maior adesão do que aquela registada pelas creches há duas semanas.

A reabertura dos jardins de infância acontece na mesma data em que se assinala o Dia da Criança e, apesar das novas regras de funcionamento e dos receios dos pais, as instituições dizem estar preparadas.

As orientações dos ministérios da Educação e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, conhecidas com mais de uma semana de antecedência, preveem normas de segurança semelhantes àquelas que foram aplicadas às creches e, por isso, os jardins de infância não foram apanhados de surpresa.

Entre as novas orientações, consta o já habitual apelo ao distanciamento, mas também o reconhecimento da importância das atividades pedagógicas, cujo normal funcionamento não deve ser comprometido, e do direito de brincar dos mais novos.

Primeira fase trouxe algumas lições

Em declarações à agência Lusa, representantes destas instituições admitiram que a reabertura antecipada das creches, em 18 de maio, permitiu retirar algumas lições, mas ressalvam que, durante as últimas semanas, estes estabelecimentos funcionaram com poucas crianças e, por isso, ainda não foi possível perceber os efeitos da nova organização em contextos com maior afluência.

Também nas creches se espera, a partir desta segunda-feira, um aumento no número de crianças, uma vez que termina o período de transição em que as instituições estiveram abertas, mas as famílias puderam optar por ficar com os filhos em casa, mantendo o apoio financeiro do Estado.

Do lado das famílias, pais dividem-se e muitos continuam receosos com a reabertura, admitindo os representantes dos encarregados de educação que as famílias que puderem continuar a trabalhar a partir de casa vão optar por manter os filhos também em casa.

Com o regresso do Pré-Escolar voltam também esta segunda-feira a funcionar as respetivas atividades de apoio à família e de ocupação de tempos livres que, para os outros níveis de ensino, só serão retomadas após o final do ano letivo, em 26 de junho.

Para esta segunda-feira, estava também prevista a reabertura das Atividades de Tempos Livres (ATL) não integradas em estabelecimentos escolares, adiada para 15 de junho por decisão do Governo, que justificou a nova data com a necessidade de preparar a organização dos espaços onde se desenvolvem estas atividades.

ZAP // Lusa

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