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Há sete anos que o SNS perde milhões por não cobrar dinheiro de acidentes às seguradoras

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Apesar de ter havido uma alteração ao sistema electrónico das prescrições, muitas despesas às seguradoras ficam sem cobrar e o Estado não tem forma de saber quanto fica a perder.

Segundo avança o Público, o problema foi identificado em 2017, mas continua a acontecer. Em 2019, foi feita uma alteração ao sistemas de prescrições médicas para tentar resolver uma falha que pode causar perdas anuais de milhões de euros para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Em causa estão acidentes da responsabilidade de terceiros em que o paciente é atendido pelo SNS e são receitados medicamentos para comprar numa farmácia. Um defeito no sistema fazia com que o SNS não soubesse identificar os casos em que tem direito a reaver uma percentagem do preço do medicamento que deve ser paga pelas seguradoras.

A Administração Central do Sistema de Saúde explica ao Público que já alterou o sistema de prescrições electrónicas em 2019 e que agora dá aos médicos “a possibilidade de seleccionar como Entidade Financeira Responsável a opção “SNS-Acidente“, sempre que sejam identificadas situações de prestação de cuidados decorrentes de acidentes de viação, de trabalho ou pessoais” em que um terceiro seja responsável.

Já a Ordem dos Médicos adianta ao mesmo jornal que não conhece o problema e que não é claro que esta responsabilidade caiba aos médicos na hora da prescrição.

“É nosso entendimento que a facturação dos actos é uma tarefa da esfera administrativa e que se pretende o mais automatizada possível, devendo os médicos estar concentrados na qualidade dos actos clínicos e na relação com os doentes”, afirma a Ordem.

O problema foi identificado inicialmente em 2014 pela jurista Ana Tavares, quando uma familiar que teve um acidente que estaria coberto por seguro, foi atendida em regime ambulatório e recebeu receitas de medicamentos.

A jurista apercebeu-se que o SNS não tinha forma de ir buscar o montante à seguradora e tentou várias vezes alertar as autoridades para as potenciais perdas de dinheiro.

ZAP //

4 Comments

  1. a Ordem diz que não é da responsabilidade dos médicos informar? É de quem então? O que é que identificar a origem do trauma (algo que aliás é uma das primeiras preocupações em esclarecer dos Médicos, no momento de contacto com o paciente) tem a ver com facturação? Querem é fugir de mais responsabilidades! Compadrio rulez.
    Não há necessidade de inquirir se o paciente tem seguro (like those in US of A) , apenas informar a secretaria que o trauma é passível de ser abrangido por um (caso exista).
    O buraco no SNS é pago por todos, e as seguradoras agradecem.

  2. De quem são as seguradoras? Maioritariamente dos bancos!

    Quem controla o poder financeiro? O estados e os grandes bancos!

    Porque ainda não foi resolvido este assunto? Porque para já, não interessa, o povo “que talha com seu machado as tábuas do seu caixão” trabalha para isto tudo, enquanto estiver a talhar as suas tábuas, não vê mais nada :/

    Paguem empresas os seguros de trabalho, um imposto que leva a SNS à banca rota , ou melhor, na banca rota já está há muito, agora, só é necessário o bode expiatório hahaha

  3. Qualquer dia destes deixa de haver dinheiro para as reformas,e deixa de haver SNS logo os pobres morrem que nem cães é isso que muita gente gosta que aconteça que TRISTEZA de gente e de País.

  4. Se fosse apenas o SNS vá que não vá! Mas há mais.As Câmaras Municipais estão na mesma. Oferecem milhões às Seguradoras! Como? É fácil: – Diariamente há camionistas que arrancam pilaretes de proteção; Invadem o passeio publico; Rebentam com a calçada (portuguesa); Fazem cargas e descargas sem que ninguém os incomode.Depois abandonam o local rindo-se do papalvo pagador de impostos! Ah, se o cidadão consciente informa a Câmara, a Polícia Municipal vem tarde e mal (ou não vem); Se informa a Policia ela vem (quando vem) mas anda à procura do denunciante! Sem ele nada feito.Vão-se embora!!
    Quem paga a reparação da caçada e dos pilaretes e da mao-de-obra? Não são as Seguradoras de tais viaturas. Dá muito trabalho às Câmaras procederem a sua identificação e exigirem o pagamento da reparação! Uma vez mais quem paga? A Câmara ou a JFreguesia o que significa, o cidadao. As Seguradoras agradecem.
    (Nota: Casos reais verificados/documentados e denunciados)

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