“SNS está a ruir”. 11 hospitais em situação “desesperante”, 22 “fortemente condicionados”

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Multiplicam-se os “episódios dramáticos” nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) por falta de médicos. Em 11 unidades espalhadas pelo país, a situação já é “desesperante”.

O alerta é da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) que adianta que os serviços de urgência dos hospitais de Barcelos, Caldas da Rainha, Chaves, Guarda, Santarém e Tomar já enfrentaram encerramentos devido à indisponibilidade dos médicos para fazerem horas extraordinárias, além das obrigatórias.

“O SNS não pode estar dependente das oito milhões de horas extraordinárias que os médicos realizam por ano”, aponta fonte da FNAM citada pelo Correio da Manhã, reforçando que “a situação é mais desesperante” em Viana do Castelo, Vila Real, Penafiel, Bragança, Guarda, Viseu, Aveiro, Leiria, Santarém, Lisboa e Almada.

Num levantamento feito sobre os impactos da entrega de minutas de recusa por parte dos médicos, a FNAM traça um retrato grave, traduzindo-se em encerramentos e constrangimentos nos serviços de urgências, mas também nas escalas de outros serviços hospitalares.

33 hospitais com “equipas insuficientes”

Segundo a FNAM, os serviços de urgência estão “fortemente condicionados e com equipas insuficientes” nos hospitais de Almada, Amadora, Aveiro, Barcelos, Barreiro, Braga, Bragança, Caldas da Rainha, Famalicão, Figueira da Foz, Lamego, Leiria, Lisboa, Matosinhos, Penafiel, Ponte de Lima, Porto, Póvoa de Varzim, Portalegre, Portimão, Santa Maria da Feira, Tomar, Torres Vedras, Viana do Castelo, Vila Nova de Gaia, Vila Real e Viseu além de Barcelos, Caldas da Rainha, Chaves, Guarda, Santarém e Tomar.

Além dos serviços de urgência, há efeitos conexos, fruto da deslocação dos médicos de outros serviços para as escalas dos serviços de urgência, nos serviços de Anestesia, Cardiologia, Cirurgia, Ginecologia-Obstetrícia, Medicina Interna, Medicina Intensiva, Ortopedia e Pediatria.

A este cenário, acrescem as dificuldades nas maternidades.”Com as urgências do Hospital de Santa Maria e do Hospital das Caldas da Rainha encerradas para obras, há condicionamentos graves em Almada, Amadora, Aveiro, Barreiro, Caldas, Leiria, Loures, Santarém, Setúbal, Vila Franca de Xira”, destaca a FNAM.

Situação complica-se em Novembro

A situação vai ficar ainda mais difícil em Novembro, uma vez que parte significativa dos médicos entregou as suas declarações em Outubro, nomeadamente em hospitais de referência como o Hospital Santa Maria, em Lisboa, os Hospitais de Santo António e de São João, no Porto, e o Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra, avisa ainda a FNAM.

As unidades de saúde e os hospitais mais periféricos foram os primeiros a sentir os efeitos da falta de médicos, uma situação que “agora se tornou indisfarçável sem a possibilidade de o esconder com o abuso do recurso às horas suplementares”, destaca a entidade.

O SNS “está a ruir”

Praticamente não sobra SNS ao Ministério da Saúde de Manuel Pizarro e ao Governo de António Costa, que devem ser responsabilizados por todas as consequências da sua irresponsabilidade e incompetência”, critica ainda a Federação.

A FNAM lamenta que o tempo das negociações não tenha produzido nada, afirmando que “foi uma encenação infrutífera, por decisão política” de Pizarro e de Costa, onde “a única coisa que deixaram aos utentes e aos médicos foi o aprofundamento, unilateral, das razões que conduziram à actual situação”.

Deste modo, a Federação manifesta a sua solidariedade para com os médicos de Santarém, do serviço de Medicina Interna, cujos especialistas e internos da especialidade entregaram em conjunto as declarações de indisponibilidade para fazer mais do que 150 horas suplementares por ano.

A essas declarações “somaram um ‘Manifesto de Protesto’ corajoso“, enviado ao Conselho de Administração, sobre as razões da luta, aponta a FNAM.

A porta-voz do movimento Médicos em Luta, Susana Costa, disse na terça-feira à Lusa que o SNS “está a ruir” e que os médicos já não conseguem travar essa “demolição”.

ZAP // Lusa

6 Comments

  1. Se há falta de médicos nos Hospitais Públicos, a culpa é da concorrência desleal dos Hospitais Privados. A campanha dos privados contra o SNS está a destruir a Saúde Pública.

  2. É preciso obrigar todos os funcionários do Serviço Nacional de Saúde (SNS) desde o topo até à base da cadeia hierárquica (médicos, enfermeiros, etc.) a declarar se colaboraram/pertenceram ou se colaboram/pertencem à Maçonaria ou a outras sociedades secretas (Jesuítas, Opus Dei, etc.), depois de identificados terão de sair, os despedimentos têm de ser implementados, e proibir os sindicatos e a actividade sindical na Função Pública (FP).

  3. Aqui com o Figueiredo é cada tiro cada melro, a culpa de tudo que acontece é da maçonaria e ou afins. Ó homem, V/ EXª tem um trauma do tamanho do universo, já reparou que todos os seus comentários são imbuídos do mesmo espírito? Como dizia o outro, “porque no te callas”? Ter de aguentar isto diáriamente, é dose.

  4. Por este andar , não será de admirar haver óbitos por falta de Assistência Médica atempada . Já há casos reportados . Governo e Médicos , rejeitam as culpas uns aos outros . Nesse caso , quem será responsabilizado por esta Eutanásia Passiva ? .

  5. A foto que ilustra esta publicação é bem esclarecedora da situação. Só naquele corredor estão alguns 10 “profissionais” de bata branca a da o corpo ao manifesto.

  6. O pessoal anda distraído. Ainda não viram que se trata duma Vendetta para deitar o governo abaixo. Os médicos sempre fizeram mais de 600 horas extra por ano e nunca se queixaram. Agora é que estão armados em pu+**s pudicas. Querem o passos coelho que no final os vai mandar emigrar!

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