Seis cidades do país com serviços de urgência fechados. Médicos recusam horas extras

6

Mário Cruz / Lusa

Os hospitais de Barcelos, Caldas da Rainha, Chaves, Guarda, Santarém e Tomar estão com constrangimentos nos serviços de urgência. Em causa está a recusa dos médicos em fazer horas extra.

Médicos de todo o país estão a recusar-se a trabalhar além do limite anual suplementar de 150 horas previsto na lei.

Em virtude disso, a ordem dos médicos teme que, nos próximos meses, 25 hospitais deixem de assegurar vários serviços.

O jornal Público adianta que, durante o mês de outubro, Barcelos não vai ter urgência de Cirurgia; além de que a Medicina Interna vai encerrar a urgência em todos os fins-de-semana deste mês.

Nas Caldas da Rainha, segundo o matutino, o hospital informou que os serviços de Medicina Interna, Cirurgia e Ortopedia vão ter constrangimentos. Já o serviço de Pediatria não funcionou dentro da normalidade, no primeiro fim-de-semana do mês.

Por falar em Pediatria, a partir desta segunda-feira e durante uma semana, o hospital de Chaves passa a não ter esse serviço nas urgências.

De acordo com o mesmo jornal, na Guarda, a Medicina Interna esteve fechada neste fim-de-semana e voltará a estar, a partir do feriado de quinta-feira, até dia 8.

Em Santarém, também vai haver carência de recursos médicos que vão comprometer a observação na Cirurgia Geral e na Medicina Interna. Além disso, todas as cirurgias em regime de trabalho adicional foram canceladas.

Por fim, Tomar anunciou o fecho da urgência nas noites de sábado e domingo (1 e 2 de Outubro).

“Não temos forma de contabilizar em números absolutos os médicos que têm estado a declarar essa recusa, nos últimos dias, mas quando nos dizem que 80% do serviço onde trabalham está comprometido em algumas escalas, e é o que nos dizem, pode prever-se um agravamento desta situação nas próximas semanas”, disse, ao Público, Carla Meira, porta-voz do movimento Médicos em Luta.

Este domingo, o bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, pediu reunião urgente ao ministro da Saúde, Manuel Pizarro.

Recorde de médicos reformados

De acordo com o Correio da Manhã, 2023 deverá bater recorde de médicos reformados.

Entre janeiro e outubro já se reformaram 705 médicos do Ministério da Saúde – um número muito próximo da totalidade do ano passado, em que passaram à reforma 782.

De acordo com o matutino, espera-se que até ao final do ano se reformem ainda mais de cem médicos.

Para o ano que vem, o Governo já anunciou a abertura de 2400 vagas de internato.

ZAP //

6 Comments

  1. se isto não é razao para o Presidente da republica dissolver este governo, significa que são todos coniventes e a ser assim, estamos numa situação de abandono total!

  2. Isto não passa de pressão para atingirem o que pretendem, assim que o governo der o aumento de 40% e redução de horário para as 35 horas tudo se resolve.
    A culpa não deixa de ser da má política executada por este governo em que durante a pandemia encheu os bolsos aos médicos com suplementos Covid,e agora custa voltar a realidade num momento em que tudo está a aumentar.
    Aumentou os salários e regalias dos juízes descriminando as outras classes abrindo assim a caixa de pandora.
    Vangloria-se que tem um grande superavit mesmo que este seja devido ao exagero de impostos que cobra aos contribuintes.
    Um governo que adora ter os bolsos cheios para assim poder dar uma esmolas em bonificações, ajudas etc… para assim manter um povo subjugado ao estado/PS.

  3. Eu estou bem , os outros só são “os outros” ! …..desde quando é que os Políticos en geral e o Inquilino de Belém en particular , sofreram de falta de atendimento Medico , portanto está tudo bem como está ! …..compreende Sr. tretas ? ….. é toda a diferença en Governar e Governarem-se !

  4. Um governo que faz um acordo com a classe médica de 150 horas extraordinárias, sabendo que essas 150 horas eram insuficientes, das duas uma, ou foi incompetência ou foi má fé, e mais grave é não querer pagar as horas extraordinárias feitas a mais. O sr. PR já devia ter dissolvido este governo por incompetência na resolução dos vários dossiês (saúde, educação, habitação, defesa e corrupção).

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.