A antiga ministra da Saúde Ana Jorge considera que os privados podem ser envolvidos na luta contra a pandemia, recebendo doentes não covid-19, mas avisa que é preciso um “equilibro” nessa ação, depois de estes não terem entrado no “combate” numa primeira fase.
Ministra da Saúde em dois governos socialistas, Ana Jorge foi hoje recebida em Belém pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que tem estado a ouvir personalidades ligadas à área da saúde.
Questionada pelos jornalistas após a audiência, a antiga governante considerou que “o envolvimento do setor social e privado faz sentido ser pensado” e disse julgar que está a ser pensado, mas frisou que na fase inicial da pandemia o setor privado “não quis, e não entrou no combate à pandemia”.
“Também não sei se do ponto de vista técnico faria sentido ou se não foi melhor o serviço público ter assumido o seu controlo”, disse, acrescentando que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) deu uma boa resposta por estar bem organizado.
Ana Jorge disse que esse envolvimento dos privados deve ser feito por exemplo com as administrações regionais de saúde e principalmente para a área de doentes não covid-19. Mas terá de ser, avisou, contratualizado, e não ser visto como uma “questão de oportunidade” para desvios, quer financeiros quer de profissionais (a passarem do setor público par ao privado). “Este equilíbrio tem de ser encontrado”, disse.
Ana Jorge defendeu o uso crescente de máscaras, que permitem proteger da covid-19, mas também de outros vírus, falou da importância da vigilância dos lares, e disse que é preciso medidas de contenção para não pressionar mais o sistema de saúde, mas ao mesmo tempo pensar nos doentes que não são covid-19 e que não podem ter medo de ir às instituições de saúde, e que estas têm de ter capacidade de atendimento.
É importante “abrir os Centros de Saúde, não basta fazer atendimento telefónico”, e é preciso que os profissionais de saúde tenham cuidado, mas não medo, afirmou.
Ana Jorge considerou que a situação de covid-19 não está descontrolada, embora haja que fazer reforço de alguns atendimentos, nomeadamente a capacidade da saúde pública.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 43 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 2.343 pessoas dos 121.133 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
// Lusa
Coronavírus / Covid-19
-
20 Outubro, 2024 Descobertas mais provas de que a COVID longa é uma lesão cerebral
-
6 Outubro, 2024 A COVID-19 pode proteger-nos… da gripe
Ao tempo que o sector privado devia ter sido chamado, nem que fosse só para as outras doenças também elas graves já aliviava o SNS e os profissionais de saúde sempre podiam descansar em vez de andarem sobre carregados em horas de serviço, é impossível uma pessoa quase sem descanso dar o rendimento que uma que esteja mais folgado seja em que área for.
E o problema é que, muitas vezes, os profissionais de saúde prestam serviço no público e no privado, onde a prestação passa por “dar o litro” o que piora bastante a situação. Mas os médicos deviam entregar-se mais ao serviço público já que foi o estado que pagou a sua formação e os privados não investiram nela um único cêntimo!!!!