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“Sem padrinhos, nem donos”. Líder da JP levanta congresso centrista

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Paulo Novais / Lusa

O candidato à liderança do CDS Francisco Rodrigues dos Santos arrancou este sábado no congresso centrista, que está a decorrer em Aveiro, a maior ovação dos delegados, com um discurso inflamado, em defesa de um “partido popular interclassista” e com valores de direita.

“Não vamos ser o Bloco de Esquerda da direita”, prometeu Francisco Rodrigues dos Santos, que recebeu a primeira salva de palmas de parte do congresso quando disse que estava ali “completamente solto e completamente livre”.

Que não tem padrinhos, não tem donos, não devem nada a ninguém nem é sucessor de ninguém”, afirmou o líder da JP, também conhecido por “Chicão”.

E avisou que é preciso “impedir a falência da identidade” do CDS, que não é um partido abrangente (“catch all”) ou um “objeto político não identificado”. “Cada hesitação nossa é uma perturbação para os nossos eleitores”, avisou, ao reafirmar a “matriz democrata-cristã” e um partido “de compromisso e europeu”.

Antes e depois do discurso, o líder da Juventude Popular que também é candidato ao partido, foi aplaudido de pé por muitos congressistas, mais do que os outros candidatos, Abel Matos Santos, João Almeida, Filipe Lobo d’Ávila e Carlos Meira.

Cerca das 14:00, depois da intervenção de Francisco Rodrigues dos Santos, houve uma debandada ficando cerca de 50 delegados nos seus lugares – no total são cerca de 1.400, entre eleitos e inerentes.

Lobo d’Ávila admite recandidatura de Cristas à CML

Filipe Lobo d’Ávila defendeu uma eventual candidatura da ex-líder e vereadora à câmara de Lisboa Assunção Cristas nas próximas autárquicas, em 2021. A posição foi expressa ppelo candiato no início do discurso com que apresentou a sua moção, em que se referiu a Cristas, de quem foi crítico durante os últimos anos.

Teve uma “divergência política, pública e frontal”, recordou, mas o candidato recusa ser “daqueles que descartam” de outros “quando dá jeito” “Não esquecemos o teu sucesso em Lisboa e que se quiseres voltará a renovar o teu compromisso”, afirmou.

Nas autárquicas de 2017 em Lisboa, o CDS ficou à frente do PSD e Assunção Cristas vai manter-se como vereadora, mesmo depois de deixar a liderança do partido.

Carlos Meira quer combater “ditadura do gosto”

Já Carlos Meira afirmou que quer deixar “a comodidade do sofá” e ir para a rua combater o que considerou ser “a nova ditadura do gosto”, imposta e “financiada por uma certa esquerda”. “Tal como entrei neste congresso, solto e livre, autêntico e combativo desafio-vos a todos, e cá estarei para dar o exemplo, a sairmos da comodidade do sofá, do conforto das nossas salas e voltarmos à rua, sim à rua, e sem tréguas”.

O antigo líder da concelhia de Viana do Castelo disse ao congresso que o seu objetivo passa por combater “a nova ditadura do gosto”. “Uma ditadura do gosto apoiada, suportada e financiada por uma certa esquerda que nos quer impor limites à nossa forma de viver, barreiras à nossa forma de educar, leis e mais leis à nossa forma de estar”.

O centrista assegurou aos congressistas que, caso seja eleito o próximo presidente do CDS, podem contar consigo “para esse debate”.

“Se for preciso” o CDS terá candidato presidencial

Por sua vez, João Almeida declarou que “se for preciso” o CDS apresentar um candidato próprio às eleições presidenciais, já sabe quem será.

Vamos ter o desafio das presidenciais, sabem qual é a minha opinião sobre a avaliação do mandato do atual Presidente da República, mas, se por alguma razão for preciso o CDS ter um candidato às eleições presidenciais, eu sei quem é, sei como vamos fazer e tenho a garantia que teremos esse candidato”, disse.

O candidato à sucessão de Assunção Cristas apontou as eleições presidenciais de 2021 como um dos desafios que o CDS-PP terá de enfrentar, tal como as eleições autárquicas, pedindo o voto dos congressistas para “unir o partido”.

João Almeida recusou haver “problemas de identidade” no CDS-PP e afirmou querer ser o presidente de um partido “livre e não de um partido controlado”, de um partido “dos militantes livres e soltos”.

Matos Santos apela a mudança para “um tempo novo”

Abel Matos Santos, que também esta na corrida pela cadeira de Assunção Cristas defendeu estes sábado que o partido precisa de “novos atores” e que os anteriores dirigentes se devem afastar, apostando na “mudança para um tempo novo”.

“É preciso que quem nos trouxe aqui, que quem conduziu o partido, formalmente a partir de dentro, e, informalmente a partir do fora, se afastem”, disse Matos Santos, na sua primeira intervenção no 28.º congresso do CDS que decorre hoje e domingo em Aveiro.

O primeiro subscritor da moção “Portugal tem Esperança” referiu que o momento “não é de desunião nem de ajuste de contas”. É preciso “assumir responsabilidades, perceber como chegámos aqui”. “Devemos contar com todos, mas são precisos novos atores políticos descomprometidos com passados e atuações que levaram o CDS à falência, à destruição da sua malha autárquica, ao quase desaparecimento do seu grupo parlamentar”, disse.

Discussão das moções noite dentro

Depois dos discursos dos candidatos e da despedida de Assunção Cristas, o congresso fez uma pausa para o almoço. Entretanto, foi retomado mas já com duas horas de atraso relativamente ao horário inicialmente previsto, às 15:40.

O debate das moções de estratégia global no congresso do CDS-PP vai agora durar uma tarde inteira, cerca de cinco horas, e terminar cerca das 21:00.

Havendo 12 moções globais, cada uma delas indicou oito delegados ou dirigentes que têm três minutos ir defender a estratégia que defende, explicou Luís Queiró, presidente da mesa do congresso. Fazendo as contas, serão 288 minutos, ou seja, quase cinco horas, para se fazer este debate. Descontando o tempo de cada um dos delegados de ir da plateia até à tribuna, o debate poderá prolongar-se um pouco mais, admitiu Luís Queiró.

ZAP // Lusa

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2 Comments

  1. É conhecido por Chicão e por ter criticado um tacho de outrem que a mulher também teve. Espero que este partido de betos ladroezecos afunde aqui de vez. Estou farto de Paulos portas e Nunos melos

  2. Que congresso de berraria… livraaaa. Estes tipos têm a mania que berrando bem mais alto que as cabras são melhor ouvidos… dassss

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