Os restos mortais do ditador espanhol Francisco Franco são exumados do Vale dos Caídos esta quinta-feira e trasladados para o cemitério El Pardo-Mingorrubio, nos subúrbios da capital espanhola.
A exumação será feita no cumprimento da Lei da Memória Histórica, aprovada pelo Congresso em 2017, e de acordos adotados pelo Governo de Pedro Sánchez este ano.
Para prevenir eventuais desacatos, por risco “de elevados problemas de ordem pública”, o Governo espanhol proibiu uma concentração patrocinada pela Fundação Francisco Franco, que tinha apelado às pessoas para que se desloquem ao cemitério de El Pardo-Mingorrubio. O pretexto era homenagear “quem tanto fez pela Espanha e pela sua grandeza” e apelou a que se “encha o panteão de flores e orações”.
A exumação e transferência dos restos mortais de Franco do Vale dos Caídos, a cerca de 70 quilómetros de Madrid, para o cemitério de El Pardo-Mingorrubio, está marcada para se iniciar às 10h30 locais (9h30 em Lisboa).
O caixão com os restos mortais do ditador deixará a basílica do Vale dos Caídos aos ombros de alguns dos seus familiares, sem bandeiras nem honras militares e será, posteriormente, transferido, se o tempo o permitir, num helicóptero das Forças Armadas espanholas para o cemitério.
Segundo o dispositivo organizado pelo Governo espanhol, dentro da basílica, onde não poderão ser captadas imagens, só poderão estar os trabalhadores estritamente necessários para extrair a laje que cobre a tumba, de 1.500 quilos, um médico legista, o ministro da Justiça como notário superior do reino e responsável pela elaboração do registo da exumação, além de 22 familiares que demonstraram desejo de comparecer, entre netos e bisnetos do ditador.
A única exceção será aberta à agência Efe e à TVE, órgãos estatais espanhóis, cujas câmaras estão autorizadas a captar imagens do exterior da basílica quando o caixão do ditador for transportado em ombros por alguns dos seus familiares. O espaço aéreo de Cuelgamuros, a zona onde está inserida o Vale dos Caídos, estará encerrado durante todo o dia para evitar que sejam captadas imagens a partir de helicópetros ou drones.
Para evitar que haja registos de vídeo ou fotográficos dentro da basílica, a zona onde Francisco Franco está sepultado será tapado por uma cobertura.
Após um breve voo que durará cerca de 10 minutos, no qual o caixão será acompanhado por um dos netos do ditador e pelo ministro da Justiça, o helicóptero pousará num antigo heliporto da Guarda Real, muito perto do cemitério.
Em Mingorrubio será celebrada uma cerimónia religiosa só para a família, que estará a cargo do prior de Vale dos Caídos e de um padre, filho de Antonio Tejero, um guarda civil condenado pela tentativa de golpe de Estado de 23 de fevereiro de 1981, no Parlamento espanhol.
A retirada dos restos mortais do ditador, que está enterrado na basílica do Vale dos Caídos há praticamente 44 anos, custará 11.709,17 euros. De acordo com o jornal espanhol El Confidencial refere que a exumação foi adjudicada a uma funerária cujo nome não é conhecido, por razões de segurança daquela empresa e dos seus funcionários.
Além disso, a reparação do chão da basílica após a exumação terá um custo adicional de 4.932,92 euros. A lápide que até agora tem servido de túmulo a Francisco Franco — uma peça de granito que pesa cerca de 1500 quilos — será retirada por uma grua e guardada num local secreto.
A maior parte dos custos dizem respeito à inumação – a colocação dos restos mortais de Francisco Franco no cemitério de Mingorrubio. Esse processo vai custar um total de 39.811,79 euros.
Ao todo, a exumação de Franco do Vale dos Caídos e a consequente inumação do cemitério de Mingorrubio, nos arredores de Madrid, está orçamentada para custar 63.061,40 euros.
O Parlamento espanhol aprovou, em setembro do ano passado, a proposta do Governo a autorizar a exumação dos restos mortais do ditador. Em dezembro, o Supremo Tribunal espanhol rejeitou um primeiro pedido da família de Franco para que o Governo suspenda o processo de exumação do corpo do ditador.
Francisco Franco Bahamonde foi um militar espanhol que integrou o golpe de Estado que, em 1936, marcou o início da Guerra Civil Espanhola, tendo exercido desde 1938 o lugar de chefe de Estado, até morrer em 1975, ano em que se iniciou a transição do país para um sistema democrático.
ZAP // Lusa
Honras militares?
Um criminoso deste calibre?
Está boa…
Este tipo de “criaturas” são para esquecer e não para recordar. A Família que faça dos restos o que quiser !
Poderão reservar o local para qualquer outro “Franco” actual pois eles estão em acção em Madrid.
Salazar, ao contrário deste, prova a sua inteligência: está numa campa rasa.
Será que se enterrou ele mesmo ????…………inteligente !