/

Cientistas revelaram o segredo dos antigos vulcões da Austrália

Robst56 / Wikimedia

Montanha Cradle, na Tasmânia, Austrália

A costa leste da Austrália está repleta de restos de centenas de vulcões, mas os cientistas nunca conseguiram explicar porque é que, num território que agora é tão estável, ocorreram tantas erupções nos últimos 80 milhões de anos.

Mas agora, conta o site Phys.org, cientistas da Universidade de Sydney descobriram o porquê. Em primeiro lugar, a equipa destaca que estes vulcões não pertencem a nenhum dos três principais grupos de vulcões.

Segundo Ben Mather, um dos autores do estudo publicado, a 16 de dezembro, na revista Science Advances, muitos dos vulcões que se formaram na Austrália foram eventos únicos.

“Em vez de grandes explosões como o Krakatoa ou o Vesúvio, ou vulcões icónicos como o Monte Fuji, o efeito é mais parecido com as bolhas que vão aparecendo à medida que fazemos uma panqueca”, exemplifica.

A equipa analisou como é que centenas de erupções ocorreram ao longo da costa leste, desde o norte de Queensland à Tasmânia, e através da Tasmânia até à Zelândia, o famoso continente quase totalmente submerso. Mas, afinal, o que é que aconteceu?

“A maioria destas erupções não foi causada pela Placa [tectónica] da Austrália a mover-se sobre as plumas quentes no manto sob a crosta terrestre. Em vez disso, há um padrão de atividade bastante consistente, com alguns picos notáveis”, acrescenta uma das co-autoras do estudo, Maria Seton.

De acordo com o mesmo site, o que alertou os investigadores foi o facto desses picos estarem a ocorrer ao mesmo tempo em que houve um aumento do volume do material do fundo do mar a ser empurrado para baixo do continente, a partir do leste, pela Placa do Pacífico.

Isto é, o fundo marinho da Placa do Pacífico está a ser empurrado para debaixo da Placa Australiana, um processo chamado subducção.

“A partir daí, está a ser empurrado para a zona de transição entre a crosta e o magma em profundidades de cerca de 400 a 500 quilómetros. Este material está, então, a reemergir como uma série de erupções vulcânicas ao longo da costa leste da Austrália, que é mais fina e mais jovem do que o centro e o oeste do continente”, explica Mather.

Na opinião deste cientista, este modelo também poderia ser usado para explicar outras regiões vulcânicas deste género no oeste dos Estados Unidos, no leste da China e em torno das Bermudas.

Filipa Mesquita, ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.