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Bactérias produzem seda de aranha sintética (mais forte do que o aço)

A seda da aranha é um dos materiais mais fortes e resistentes que existem. Recentemente, uma equipa de cientistas da Washington University, nos Estados Unidos, desenvolveu uma seda de aranha sintética capaz de superar a força e a dureza da original.

As fibras amilóides, feitas de proteínas, podem ser um biomaterial de grande interesse industrial, e Jingyao Li e Fuzhong Zhang, da Universidade de Washington, provaram isso mesmo.

Os investigadores criaram uma nova fibra tão forte quanto o aço e com uma tenacidade superior à do conhecido Kevlar, o material mais usado em coletes à prova de balas.

Para isso, os cientistas criaram bactérias geneticamente modificadas em laboratório para que produzissem proteínas híbridas de seda amilóide. Segundo o Interesting Engineering, um dos segredos para a versão mais recente do material foi descobrir como adicionar a quantidade necessária de nanocristais à fibra sintética.

“As aranhas descobriram como girar as fibras com uma quantidade desejável de nanocristais”, explicou Zhang, em comunicado. “Mas quando os humanos usam processos de fiação artificiais, a quantidade de nanocristais numa fibra de seda sintética costuma ser menor do que a sua contraparte natural.”

Para melhorar a contagem de nanocristais no novo material, os investigadores adicionaram novas sequências amilóides que têm uma tendência maior para formar os nanocristais necessários.

As proteínas resultantes têm menos sequências de aminoácidos repetitivas do que a seda de aranha natural, o que as torna mais fáceis de serem produzidas por bactérias geneticamente modificadas.

Segundo o portal, as bactérias produziram uma proteína amiloide polimérica híbrida com 128 unidades repetidas.

Quanto mais longa for a proteína, mais forte e resistente será a fibra resultante. Com força de aproximadamente 1 Gigapascal (GPa), as proteínas de 128 repetições resultaram numa fibra mais forte do que o aço. A resistência da fibra também é superior à de algumas fibras de seda naturais de aranha e até mesmo Kevlar.

O artigo científico foi publicado em julho na ACS Nano.

Liliana Malainho, ZAP //

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