Se morrer, a vice-presidente das Filipinas mata o Presidente (e a família)

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Sara Duterte garantiu que contratou um assassino para matar o Presidente, a sua mulher e o Presidente da Câmara dos Representantes se ela própria for morta.

“Não se preocupem com a minha segurança, porque eu falei com alguém. Eu disse ‘se me matarem, matam a BBM, a Liza Araneta e o Martin Romualdez. Não é uma brincadeira, não é uma brincadeira. Dei a minha ordem: ‘Se eu morrer, não parem até os matarem‘. E ele disse: ‘sim'”.

A ameaça contra o Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., foi “feita tão descaradamente em público” que é uma questão de segurança nacional, diz o Comando de Segurança Presidencial, que reforçou a segurança do chefe de Estado.

A vice-presidente do país, Sara Duterte, que fez essas declarações aos jornalistas este sábado, tentou depois voltar atrás com as suas palavras. Mesmo depois de ter dito que “não era uma piada”.

“Se eu expressei a minha preocupação, vão dizer que isso é uma ameaça à vida do Presidente?”, disse, citada pela Time. “Porque é que eu o mataria se não fosse por vingança do túmulo? Não há nenhuma razão para o matar. Qual é o benefício para mim?” tentou convencer os jornalistas.

Esta terça feira, a vice-presidente filipina emitiu ainda um comunicado citado pela EPA onde afirma que os seus comentários se referiam ao “fracasso [do governo de Marcos] em servir os filipinos enquanto persegue magistralmente os inimigos políticos”, e que não tenciona matar o Presidente.

“O bom senso deve permitir-nos compreender e aceitar que um alegado ato condicional de vingança não constitui uma ameaça ativa”, disse Duterte.

A força de segurança presidencial disse também à Time que estava “a coordenar com as agências de aplicação da lei a deteção, dissuasão e defesa contra toda e qualquer ameaça ao Presidente e à primeira família”.

“Apelamos à calma e à determinação”, disse o chefe militar das Filipinas, Romeo Brawner. “Reiteramos a nossa necessidade de nos mantermos unidos contra aqueles que tentam quebrar os nossos laços como filipinos.”

Em maio de 2022, Marcos concorreu com Duterte às eleições e ambos obtiveram vitórias esmagadoras com base numa campanha de unidade nacional. No entanto, nos últimos tempos, os dois têm tido desacatos devido a opiniões sobre assuntos como as abordagens às ações agressivas da China no Mar da China Meridional.

Em junho, Duterte demitiu-se do gabinete de Marcos como secretária da Educação e chefe de um organismo anti-insurreição.

Tal como o seu pai, o antigo Presidente Rodrigo Duterte, a Vice-Presidente tornou-se agora uma crítica e importante opositora de Marcos, da sua mulher Liza Araneta-Marcos e do Presidente da Câmara Martin Romualdez, aliado e primo do Presidente.

Acusa-os de corrupção, incompetência e perseguição política da família Duterte e dos seus apoiantes mais próximos.

ZAP //

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