O Santuário de Fátima não espera uma afluência significativa à Peregrinação Internacional Aniversária desta sexta-feira e de sábado, mas o reitor avisa que se o número de peregrinos não permitir o distanciamento social encerrará o recinto.
“Não me parece expectável uma grande enchente. Parece-nos expectável que esteja um grupo relativamente grande de peregrinos”, disse o reitor do Santuário de Fátima, Carlos Cabecinhas, em conferência de imprensa.
Segundo o padre, o recinto de oração é um espaço “amplo” e por isso não está definido um máximo de lotação, nem está prevista a utilização de qualquer utilização de instrumentos de contagem de pessoas, à semelhança do que sucede nas praias.
“Não temos instrumentos desse género nem pretendemos implementá-los. Aquilo que procuramos fazer é ir verificando a afluência de peregrinos. Caso tenhamos, em algum momento, a perceção de que o Santuário começa a estar no limite da sua capacidade no respeito pelo distanciamento teremos necessariamente de isolar e fechar o recinto”, alertou Carlos Cabecinhas.
O reitor sublinhou que o Santuário tem a situação “organizada e articulada” para avançar com essa medida, caso seja necessário. “Até ao momento não foi necessário, pois ficámos sempre aquém da capacidade daquilo que é a capacidade de um espaço tão vasto como é esta larga esplanada do recinto de oração.”
Carlos Cabecinhas admitiu que, num primeiro momento, após a reabertura das missas presenciais, esperava mais peregrinos. “Notámos que havia alguma prudência e receio nesse desconfinamento. Mas, progressivamente fomos notando que as pessoas começaram a vir e com mais confiança. Neste momento, o número de pessoas que tem vindo está de acordo com as nossas expectativas”, constatou.
O reitor lembrou ainda que “esta peregrinação de junho é sempre uma peregrinação com poucos peregrinos”.
“Aqui temos uma conjugação do 12 e 13, que correspondem a uma sexta à noite e a um sábado de manhã, o que pode trazer mais peregrinos do que é habitual. Temos, por outro lado, o facto de muitas pessoas que não puderam vir em maio, virem agora”, referiu ainda.
Nos últimos dias a fila para colocar uma vela estendia-se por grande parte do recinto. Carlos Cabecinhas justifica com a obrigatoriedade do distanciamento social e com o controlo dentro do tocheiro.
“Preocupamo-nos porque os peregrinos têm de esperar muito tempo para acender as suas velas, mas não temos solução. Por outro lado, revela-nos a enorme responsabilidade dos peregrinos, que esperam pacientemente não cortando os espaços de distanciamento que têm de observar.”
Carlos Cabecinhas insistiu na necessidade de garantir o distanciamento físico e aplaude a atitude dos peregrinos, que têm mostrado responsabilidade ao usarem máscara para sua proteção e dos outros.
“Apesar da insistência para o uso de máscara ser nos espaços fechados, de acordo com as diretrizes da Direção-Geral da Saúde, de um modo generalizado, os peregrinos usam máscara mesmo no espaço aberto. O peregrino de Fátima vem com confiança e sente-se corresponsável por si e pelos outros. O uso de máscara e o respeito pelo distanciamento mostra a responsabilidade do peregrino”, destacou também.
Sobre a peregrinação de agosto, aquela que mais gente costuma levar ao Santuário de Fátima, a seguir ao 12 e 13 de maio, Carlos Cabecinhas considerou ainda ser “prematuro projetar já essa peregrinação”.
“Não podemos ter a peregrinação de agosto que habitualmente tínhamos e creio que todos temos consciência disso. Por um lado, porque muitos dos potenciais peregrinos evitarão vir, tendo em conta esta necessidade de algum distanciamento e esta prudência de evitar ajuntamentos, por outro lado, é uma incógnita em relação aquilo que é a evolução da própria situação sanitária. Gostaríamos já de poder contar com o programa habitual da peregrinação de agosto, mas nem isso neste momento é certo”, lamentou o padre.
// Lusa
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