Pedro Santana Lopes, antigo primeiro-ministro e recente derrotado à liderança do PSD, disse na quinta-feira que “acabou” o tempo da sua “intervenção política” no partido social-democrata, admitindo ainda a possibilidade de criar um novo.
“A minha intervenção política não se fará mais dentro do PSD. Isso acabou. Deixámos de viver juntos”, garantiu Santana Lopes numa entrevista à revista Visão. Depois de uma relação de cerca de 40 anos, diz que “o PPD começa a ficar farto de aturar o PSD”, diz.
No entanto, Santana Lopes não pretende afastar-se do palco político, dizendo que vai “andar por aí”, estando a estudar a criação de “uma nova organização partidária” em que possa “ter a intervenção política” para que ainda se mostra disponível.
“Não desisti nem desisto de lutar pelo meu país, isso não desisto”, ressalva.
Santana deixou as suas funções como provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa para entrar na corrida à liderança do PSD no início do ano, tendo perdido as eleições para Rui Rio, que sucedeu a Pedro Passos Coelho, com 45,63% dos votos.
No final de maio, o ex-primeiro-ministro já tinha informado, através de uma carta dirigida a Rio, a sua renúncia ao lugar de conselheiro nacional para que foi eleito em fevereiro deste ano, nas eleições presidenciais para a liderança do partido.
Em abril, o ex-provedor da Santa Casa também confirmou o afastamento do novo líder do partido social-democrata, uma vez que este não acolheu os nomes indicados por Santana, que constavam do acordo que ditou a união entre as duas candidaturas depois da eleição.
“Não temos trabalhado (desde o Congresso). Não tem acontecido nada em conjunto. A realidade é essa. Não se pode chamar rutura aquilo que não foi entrelaçado ou casado, se quiser”, afirmou na altura o antigo líder do partido social-democrata.