A Rússia anunciou que vai iniciar, esta sexta-feira, a retirada das suas tropas concentradas perto da fronteira com a Ucrânia e na Crimeia anexada, referindo que os exercícios foram concluídos.
“As tropas demonstraram a sua capacidade em assegurar uma defesa fiável do país. Assim, decidi terminar as atividades de inspeção nos distritos militares do sul e do oeste”, fronteiriços com a Ucrânia, declarou o ministro da Defesa russo, Serguei Choigu, citado num comunicado.
A deslocação em massa de tropas para estas duas regiões, assinaladas por importantes exercícios militares na Crimeia que envolveram dezenas de navios, centenas de aviões e milhares de tropas, numa demonstração de força, suscitou apreensões no Ocidente e em Kiev.
Os Estados Unidos e a NATO referiram que as manobras militares russas junto da Ucrânia foram as mais significativas desde 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia e iniciou o apoio aos rebeldes separatistas do leste ucraniano.
O ministro da Defesa russo disse que as manobras na Crimeia envolvem mais de 60 navios, 10 mil soldados, cerca de 200 aviões e 1.200 veículos militares.
Moscovo rejeitou as alegações ucranianas e ocidentais sobre estas manobras, ao argumentar que tem o direito de deslocar as suas forças para qualquer região do território russo e alegar que não constituam uma ameaça.
Em paralelo, a Rússia também anunciou que limitará entre 24 de abril e 31 de outubro a navegação de navios de guerra estrangeiros em águas territoriais russas do mar Negro.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo especificou que esta medida apenas abrange os vasos de guerra e não afetará a marinha mercante que atravesse o estreito de Kerch, que dá aceso ao mar de Azov e a diversos portos ucranianos e russos.
O Kremlin emitiu ainda um aviso às autoridades ucranianas contra um eventual uso da força para retomar o controlo do leste rebelde, onde sete anos de combate provocaram mais de 14 mil mortos, e assegurando que a Rússia poderia ser forçada a intervir para proteger a população civil russófona da região.
Além desta questão internacional, a Rússia está a lidar com a pressão dos próprios russos, mas também do Ocidente, por causa da situação do opositor russo Alexei Navalny. Esta quarta-feira, em vários pontos do país, a polícia deteve pelo menos 1.784 pessoas nas manifestações de apoio ao dirigente da oposição, indicaram organizações não-governamentais.
De acordo com os dados divulgados pela organização OVD-Info, cerca de 850 pessoas foram detidas em São Petersburgo, a segunda cidade da Rússia, onde se registaram atos de violência policial contra os manifestantes. Segundo a mesma fonte, 84 manifestantes passaram a noite nos calabouços da polícia de São Petersburgo.
Em Moscovo, as concentrações de apoio a Navalny localizaram-se perto do Kremlin e junto do edifício dos serviços de segurança e informações (FSB), não se tendo registado incidentes. Mesmo assim, de acordo com a OVD-Info, 30 pessoas foram detidas nos dois locais.
Verificaram-se detenções em 95 cidades da Rússia, principalmente em Oufa (119 detidos), Kazan (68) e Barnaoul (58).
Os manifestantes apelam à libertação de Navalny, que se encontra em greve de fome há mais de três semanas e cujo estado de saúde é considerado grave.
ZAP // Lusa
Parece-me uma atitude sensata.
Qual quê? não que desta vez com o encorajamento dos americanos a colocar armas e soldados e mais as tropas da Europa na Ucrãnia, para enfrentaram esse assassino” Putin”, ele pensou duas vezes pois acho que era a queda dele definitivamente, que milhões de Russos esperam á anos.
Os ucranianos têm todo o direito de defender o seu território, quanto aos rebeldes russos que habitam na parte leste só têm duas coisas a escolher, acatam as leis ucranianas e respeitam a integridade do país ou se não lhes agrada atravessam a fronteira e vão para território russo. Este problema vem da ocupação soviética e os ucranianos continuam a ser vítimas do ocupante e agressor.
Este artigo é um modelo de “imparciallidade” no tratamento da Rússia. Para começar a Rússia não “anexou” a Crimeia, foi a Crimeia que solicitou a sua adesão à Federação Russa, por via de um referendo – nunca contestado – em que mais de 95% dos eleitores votaram a favor dessa adesão. E as tropas russas junto à fronteira com a Ucrânia foram apenas um sinal de que em poucas horas a Rússia estaria pronta a reagir a qualquer tentativa da Ucrânia para atacat o Donbass ou a própria Crimeia. Os americanos perceberam, agora vamos a ver se os extremistas ucranianos também perceberam.
Quanto a Navalny decidiu abandonar a “greve da fome” a que se tinha vindo a sujeitar. É possível que estivesse com apetite e que tivesse percebido que na Rússia praticamente ninguém lhe dá qualquer importância.