Yuri Kochetkov / EPA
O líder da oposição russa, Alexei Navalny
Os serviços prisionais russos decidiram, esta segunda-feira, transferir para um hospital prisional o opositor russo, em greve de fome há cerca de três semanas, apesar de julgarem que o seu estado de saúde é “satisfatório”.
“Uma comissão de médicos (…) decidiu transferir Alexei Navalny para uma unidade hospitalar de presos situada no território da colónia penal n.º 3 da região de Vladimir”, cidade a 180 quilómetros a leste de Moscovo, afirmou o serviço prisional desta região num comunicado à imprensa.
O anúncio foi feito dois dias depois de o médico de Navalny, Yaroslav Ashikhmin, ter vindo alertar para o facto de a saúde do opositor estar a deteriorar-se rapidamente e que este poderia estar à beira da morte.
O médico disse que os resultados dos testes que recebeu da família do opositor mostram que este apresenta níveis acentuadamente elevados de potássio, que pode causar paragem cardíaca, e níveis elevados de creatinina, que indicam problemas renais.
Porém, de acordo com o mesmo comunicado das autoridades, o estado de Navalny é considerado “satisfatório” e o opositor concordou em tomar suplementos vitamínicos.
“Atualmente, a saúde de Navalny é satisfatória, é examinado diariamente por um médico. Com o seu consentimento, foram-lhe prescritas vitaminas”, cita o jornal britânico The Guardian.
Segundo o mesmo diário, a equipa médica que segue o opositor russo não sabe que tipo de medicação está a ser feita e se o ativista terá mesmo dado consentimento para isso.
Navalny está há cerca de três semanas em greve de fome para protestar contra a recusa das autoridades em permitir a visita dos seus médicos quando começou a sentir fortes dores nas costas e a perda de sensibilidade nas pernas.
Os seus apoiantes dizem que as autoridades estão a esconder informações sobre o seu estado de saúde, uma vez que a enfermaria para onde foi transferido é especializada em pacientes com tuberculose em estado grave, acrescenta o mesmo jornal.
Em resposta às notícias alarmantes sobre a sua saúde, os apoiantes convocaram uma manifestação nacional para esta quarta-feira, o mesmo dia em que o Presidente russo, Vladimir Putin, deve fazer seu discurso anual sobre o estado da nação.
No domingo, os ministros dos Negócios Estrangeiros europeus disseram que iam analisar a situação de Navalny. O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos também referiu que, que caso Navalny morra, a Rússia enfrentará “consequências”.
ZAP // Lusa
