Rússia avisa Moldávia para não ameaçar as suas tropas. Integridade física de Zaporíjia “foi violada várias vezes”

2

Maxim Shipenkov / EPA

Chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, alertou a Moldávia, na quinta-feira, de que ameaçar a segurança das tropas russas na região separatista da Transnístria poderia desencadear um confronto militar com Moscovo.

A Rússia tem mobilizado tropas de manutenção da paz para a Transnístria desde o início dos anos 1990, quando um conflito armado fez com que separatistas pró-Rússia conseguissem o controlo da região. Os russos garantem que o exército está no local para manter a estabilidade, mas a Moldávia quer que Moscovo retire as suas forças.

“Todos devem entender que qualquer ação que ameace a segurança das nossas tropas (na Transnístria) seria considerada sob o direito internacional como um ataque à Rússia, como foi o caso na Ossétia do Sul quando as nossas forças de paz foram atacadas pelo (ex-presidente georgiano) Saakashvili”, disse, citado pelo Guardian.

Essa decisão, em 2008, resultou numa guerra de cinco dias durante a qual as forças russas assumiram o controlo de várias cidades georgianas. Pouco depois, Moscovo reconheceu a Ossétia do Sul e outro território separatista georgiano, a Abkhazia, como independentes.

A Transnístria, que depende muito do apoio de Moscovo, relatou uma série de ataques esporádicos em abril, aumentando ainda mais as tensões após a intervenção da Rússia na Ucrânia, que faz fronteira com a Moldávia.

Zelenskyy acusa Rússia de “enganar” AIEA

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, espera que a missão da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) faça uma análise “objetiva” da situação na central nuclear de Zaporíjia e acusa as forças russas de estarem a tentar dificultar o seu trabalho e “enganar” os peritos.

Segundo Zelenskyy, a Rússia está por trás de todo o tipo de “provocações” dos últimos dias, garantindo que a Ucrânia “fez o possível” para permitir que os peritos da AIEA chegassem à maior central nuclear da Europa na quinta-feira.

“Temos provas claras de que a Rússia fez todo o tipo de coisas para enganar a missão”, referiu no seu discurso habitual, no qual denunciou também a “intimidação” de cidadãos na cidade de Enerhodar, cidade próxima do complexo, que segundo o chefe de Estado ucraniano foram forçados a mentir à equipa da agência.

Quando conheceu o diretor-geral da AIEA Rafael Grossi, contou o Presidente, ficou acordado que a delegação seria acompanhada por “jornalistas independentes para que o mundo pudesse ver a verdade”, mas tal não aconteceu. “Os ocupantes não permitiram a entrada de jornalistas e levaram um grupo de propagandistas”.

Zelenskyy insistiu ainda na necessidade de “desmilitarizar” a fábrica, que tem sido controlada pelas tropas russas desde o início de março.

Na quinta-feira uma equipa da AIEA esteve pela primeira vez no complexo de Zaporíjia, uma visita que contou com Rafael Grossi, que entretanto já deixou as instalações. Aos jornalistas, disse que conseguiu ver os “aspetos chave” que precisava de ver e que, em algumas horas, foi possível recolher “muita informação”.

No entanto, refere que a “integridade física da central foi violada várias vezes”, algo que “não pode continuar a acontecer”.

O responsável da organização, que lidera pessoalmente a missão de fiscalização de 14 pessoas, já tinha anunciado, na quarta-feira, a intenção de manter uma “presença permanente” no local.

“Fizemos uma avaliação inicial. Vimos o trabalho dedicado dos funcionários e da direção. Apesar das circunstâncias muito, muito difíceis, eles continuam a trabalhar com profissionalismo”, acrescentou.

Segundo Grossi, vários membros da equipa vão ficar no complexo até “domingo ou segunda-feira” para estudar profundamente o estado da central, garantindo que a AIEA não vai a lado nenhum e que “há muito mais para fazer”.

A central nuclear de Zaporijjia é a maior da Europa, pode gerar 9500 megawatts de energia e tinha mais de 10 mil funcionários antes do início da guerra. Foi ocupada por tropas russas logo depois do início da invasão da Ucrânia e tem sido palco de combates nas últimas semanas.

A maior parte da equipa ucraniana continua a trabalhar nas instalações que antes da guerra garantiam 20% das necessidades ucranianas de eletricidade.

ZAP //

2 Comments

  1. ahahahahahah
    Estes russos são a maior fraude de todos os tempos!
    Cambada de atrasados mentais esses dirigentes russos… acham que os outros são parvos!

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.