Rússia: a maldição de Agosto voltou

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Mikhael Klimentyev/EPA

Vladimir Putin

Acidentes graves, ataques terroristas, início de guerras. Em 2023 os desenvolvimentos na guerra com a Ucrânia recordam a tendência.

Não há uma designação oficial mas, entre milhares ou milhões de russos, fala-se sobre a “maldição de Agosto”. Há muitos anos.

Desde 1991, houve acidentes graves, guerra, crise financeira, entre outros eventos. Sempre em Agosto.

Alguns exemplos: tentativa de golpe de Estado, acidentes mortais de comboio e avião, cheias, início de guerra na Chechénia, ataque bombista, início de guerra com a Geórgia, o Kursk… Tudo junto originou centenas e centenas de mortos, ou agitação social.

Tudo em Agosto.

Por isso, os russos entravam no oitavo mês com cautela, ano após ano – embora nada significante tenha acontecido ao longo da última década.

Em 2023, alguns dos últimos desenvolvimentos na guerra com a Ucrânia fazem lembrar essa “maldição de Agosto”, compara a CNN.

Os ataques ucranianos em solo russo são mais frequentes e mais fortes; a Rússia sofreu ataques no Mar Negro, o abastecimento fica ameaçado; drones ucranianos atacam todos os dias do mês.

Uma moradora de Moscovo admitiu: “Estamos todos chocados com o que está a acontecer aqui”.

“Tenho dois filhos e quero parar de ter vergonha de terem nascido nesta época”, comentou outra mulher russa.

Nesta sequência, e também em Agosto, têm surgido ataques (mais de 20 em poucos dias) a instalações militares na Rússia – e estes têm sido realizados por russos, opositores do regime de Vladimir Putin. Há suspeitas de sabotagem interna.

Há uma sensação – que o Kremlin tenta esconder – de que a população russa está descontente com os políticos e, agora, em Agosto, está a mostrar mais esse sentimento.

“A maldição de agosto na Rússia está de volta”, finaliza a CNN.

ZAP //

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