Desastre aéreo iminente: Rússia bloqueia GPS

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Juha Uitto / Flickr

Avião da Finnair

Avisos de ministros de Estónia, Letónia e Lituânia. Sinais de navegação registam interferências. Finnair suspende voos.

Não há voos da Finnair para Tartu, Estónia. As viagens estão suspensas por um mês.

A decisão anunciada nesta segunda-feira é uma consequência de alegados ataques russos de bloqueio de GPS — a nova “arma ultrassecreta” com que a Rússia tem estado a atacar a região.

A companhia aérea da Finlândia lembra que, na semana passada, dois dos seus aviões regressaram à capital Helsínquia, a meio da viagem, porque uma interferência no GPS impediu de aterrar em Tartu.

Os ministros dos três países bálticos – Estónia, Letónia e Lituânia – já tinham chamado a atenção para o assunto.

De acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia, a situação junto às fronteiras com a Rússia está a tornar-se “demasiado perigosa para ser ignorada”.

“Se alguém desliga as luzes quando conduzes de noite, fica perigoso”, comparou Gabrielius Landsbergis, em declarações ao Financial Times, o jornal que sublinha que este bloqueio do GPS pode originar um desastre aéreo.

O congénere da Estónia, Margus Tsahkna, fala sobre um “ataque híbrido” da Rússia e uma “ameaça às pessoas e à segurança. Não vamos tolerar isso”, garantiu o ministro.

Baiba Braže, ministro dos Negócios Estrangeiros da Letónia, acrescentou: “Levamos estes incidentes a sério”.

Desde Agosto do ano passado, quase 50 mil aviões reportaram interferências de GPS em voos sobre o Báltico, um fenómeno que se intensificou particularmente na região em torno do enclave russo de Kaliningrado. As suspeitas recaem sobre a Rússia, avança o jornal The Sun.

Aeronaves civis que operam no Báltico, Mar Negro e Mediterrâneo Oriental têm enfrentado ataques eletrónicos sistemáticos através do chamado spoofing de DNS, que comprometem a precisão dos sistemas de GPS e outros instrumentos de navegação.

Isto é “extremamente perigoso”, avisa fonte do ramo.

Em março, um ataque sem precedentes, durante 63 horas, perturbou os sistemas globais de navegação por satélite de 1600 aviões civis na Europa.

Há a teoria de que a Rússia está a tentar proteger Kaliningrado de drones da Ucrânia, mas especialistas acreditam que a campanha de interferência pode ser um prelúdio para uma possível paralisação mais ampla do continente europeu, conforme detalhado no último relatório da empresa de cibersegurança portuguesa VisionWare.

ZAP //

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