Os ataques aos sinais de GPS ameaçam ser a nova arma secreta da Rússia que pode imobilizar os transportes aéreos e terrestres na Europa.
Mais de 40 mil voos sofreram perturbações nos seus sinais de GPS nos últimos oito meses, um fenómeno que se intensificou particularmente na região em torno do exclave russo de Kaliningrado.
Especialistas acreditam que esta campanha de interferência pode ser um prelúdio para uma possível paralisação mais ampla do continente europeu, conforme detalhado no último relatório da empresa de cibersegurança portuguesa VisionWare.
Desde agosto de 2023, aeronaves civis que operam no Báltico, Mar Negro e Mediterrâneo Oriental têm enfrentado ataques eletrónicos sistemáticos através do chamado spoofing de DNS, que comprometem a precisão dos sistemas de GPS e outros instrumentos de navegação.
Em março, um ataque sem precedentes, durante 63 horas, perturbou os sistemas globais de navegação por satélite de 1600 aviões civis na Europa.
Bruno Castro, CEO da VisionWare, destacou o aumento sem precedentes dessas ocorrências, que chegaram a 46 mil casos registados até março de 2024. De acordo com a análise dos serviços de inteligência britânicos, companhias como a RyanAir e a Wizz-Air foram particularmente afetadas. Estes ataques ocorrem diariamente e já atingem um volume de cerca de 350 incidentes por semana.
As consequências dessas interferências vão além de meros inconvenientes. Em certos casos, os pilotos perderam completamente o acesso ao GPS, uma situação que complica significativamente a navegação e pode comprometer as operações de aterragem.
“Estas interferências afetam os sistemas de comunicação sem fio e podem induzir os pilotos a acreditar que o avião se encontra numa localização diferente daquela em que realmente está,” explica Bruno Castro à CNN Portugal.
A Agência Europeia para a Segurança da Aviação já tinha alertado para um aumento dos ataques de interferência e falsificação em janeiro, sem, contudo, apontar diretamente responsáveis.
No entanto, os serviços secretos da Estónia apontam para uma arma eletrónica russa ultrassecreta, baseada em Kaliningrado, como a origem destas perturbações.
A Rússia, que admite ter unidades de guerra eletrónica na região, não assumiu a responsabilidade pelas disrupções. Em 2020, a Agência Sueca de Investigação em Defesa já tinha alertado sobre a capacidade dos sistemas de navegação russos de comprometer sistemas vulneráveis.
Estas táticas não se limitam ao espaço aéreo, afetando também GPS de telemóveis e sistemas militares. Segundo o general Martin Herem, comandante das forças de Defesa da Estónia, “os russos são muito fortes nisto,” como evidenciado por um ataque recente que afetou um avião militar inglês que transportava o secretário da Defesa britânico, que enfrentou mais de 30 minutos de interferência no GPS.
Uma projeção desta capacidade para além das fronteiras da NATO poderia paralisar não só o tráfego aéreo mas também os transportes terrestres, imobilizando efetivamente o continente europeu.
Ataques por bloqueio de GPS
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O GPS não é o único sistema de navegação nos Avioes. Há pelo menos uma dezena de sistemas de navegação.. um dos quais se rege pela posição das estrelas. Não é esta mais uma notícia de alarme?
A aviação civil não depende do sistema GPS para navegar! Quem é que escreveu isto, sobre esta arma ultrassecreta? LOL