A lista de Rui Tavares candidata à direção do Livre obteve 61% dos votos no XIV Congresso do partido. O deputado alertou que a democracia vive tempos difíceis e acusou o executivo social-democrata de “desorientação moral e ética” pela sua postura face à extrema-direita.
O líder do Livre, Rui Tavares, foi reeleito para a direção do partido através de uma lista que conquistou 61% dos votos no XIV Congresso do Livre.
No encerramento do congresso, no pavilhão municipal da Costa de Caparica, distrito de Setúbal, o deputado do Livre alertou para os perigos da extrema-direita e para a necessidade de preservar o regime democrático.
“Ao estilo de liderança autoritária, personalizada, pseudo-carismática mas mais cromática do que carismática das extremas-direitas pela Europa nós não responderemos com a mesma cultura e ética de liderança”, afirmou.
“A democracia vive tempos difíceis e são tempos nos quais é importante aumentar o nível imunitário da democracia. Reforçar a capacidade de a democracia ser resiliente”, apelou Rui Tavares.
Enumerando a comunidade cigana, “as comunidades racializadas”, as mulheres ou a comunidade LGBTQIA+, o líder e fundador do partido lançou um alerta: “Interessam todos. Ou nos safamos todos ou não se safa ninguém”.
Perante os congressistas, Rui Tavares afirmou que o calendário político só prevê eleições legislativas para 2028, mas que o acto eleitoral pode vir a ser antecipado face à “total desorientação” do líder do executivo, Luís Montenegro.
Para Rui Tavares, o atual governo minoritário PSD/CDS-PP tem demonstrado “desorientação política” e “falta de capacidade” para fazer o que quer fazer, para além de mudar “um logótipo e demitir umas pessoas e depois inventar uns pretextos para fazer isto ou aquilo”.
“Mas acima de tudo uma desorientação moral e ética na forma como uma direita, que apesar de tudo fundou o 25 de Abril, deveria distanciar-se e romper claramente com a extrema-direita”, acusou.
Reeleição com 61% dos votos
A lista ‘A’ candidata ao Grupo de Contacto, a direção do Livre, encabeçada pela líder parlamentar, e na qual Rui Tavares é o ‘número dois’, obteve 61% dos votos, conquistando 10 de um total de 15 lugares.
Segundo os resultados anunciados pela presidente do congresso, Patrícia Gonçalves, a lista B, encabeçada pela dirigente Natércia Lopes conquistou três lugares (22% dos votos) e a lista C, liderada por João Manso, conquistou dois eleitos (14%).
O Grupo de Contacto, órgão executivo do Livre, teve pela primeira vez na história do partido três listas candidatas. Os 15 membros são eleitos de acordo com o método de Hondt, contando por isso com membros de todas as listas.
Programa para as europeias aprovado
O programa eleitoral para as eleições europeias do Livre foi hoje aprovado com 162 votos a favor, 12 abstenções e zero votos contra.
O documento foi debatido durante o congresso que hoje termina, tendo sido feitas 86 emendas ao programa eleitoral inicial para as eleições europeias de 9 de junho, que tem como titulo “A União do Futuro”.
Um plano europeu que garanta habitação acessível, um “novo salário mínimo europeu” e acabar com a “Europa fortaleza” através de um sistema de asilo “mais humanista” são algumas das medidas que constam do documento de 93 páginas.
O programa inclui propostas para 18 áreas que vão desde a democracia, passando pelo desenvolvimento ecológico, Igualdade e justiça social, Trabalho, justiça, Educação, Saúde, habitação, cultura, migração, agricultura, entre outras.
O cabeça de lista do Livre às europeias, Francisco Paupério, assumiu como ambição do partido eleger dois eurodeputados e pediu coragem ao Parlamento Europeu na luta contra as alterações climáticas.
“Somos o partido das utopias, mas esta é uma realidade. Nós todos, todas e todos juntos, da Costa de Caparica até Bruxelas, vamos conseguir uma delegação do LIVRE na Europa”, disse o dirigente.
Para o candidato, o tempo da coragem chegou. “Chegou, porque temos hoje oportunidade de eleger para o Parlamento Europeu. Chegou, porque temos hoje o poder de contribuir para um Grupo Verde no Parlamento Europeu.”, salientou.
Francisco Paupério adiantou que depois de hoje, com a aprovação do programa eleitoral, o Livre tem “um mandato para mudar a União Europeia”.
“Hoje, mais do que nunca, é esta a coragem que falta ao Parlamento onde a defesa da ecologia está em perigo”, frisou.
ZAP // Lusa
Livre ?
Chiça penico.
Muito importante… Já tenho saudades da Joacine….lol