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Rui Moreira devolve ataque a Rio (e Carreiras diz que críticas são “enriquecimento de currículo”)

Rui Moreira / Facebook

O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira

Na quinta-feira, o líder do PSD Rui Rio disse, em entrevista ao Observador, que Rui Moreira não é uma “pessoa confiável” e que Carlos Carreiras é “o mais incompetente”.

Em entrevista ao Observador esta quinta-feira, Rui Rio foi muito crítico em relação a Rui Moreira, afastando completamente a possibilidade de o PSD poder vir a apoiar a sua candidatura. O líder social-democrata insistiu que há muito que avisa para o tipo de pessoa que é o atual autarca portuense, aludindo para o processo judicial no qual está a ser acusado de prevaricação.

No mesmo dia, em declarações à TVI24, Rui Moreira recusou comentar as acusações concretas que Rio lhe dirigiu sobre o caso Selminho. “A política não deve ser feita assim. Não faço acusações de carácter“, atacou o autarca. “[Rui Rio] devia ter outra forma de estar na política”.

Questionado sobre se foi o PSD a convidá-lo para integrar a lista para as autárquicas ou ao contrário, Moreira manteve a sua versão: “Fui convidado para encabeçar uma lista de partidos”, disse. Porém, recusou o convite.

Ao Observador, Rui Rio contou uma versão bem diferente. Segundo Rio, Rui Moreira propôs aos sociais-democratas que não apresentassem candidato no Porto e integrar na sua lista pessoas do PSD, o que foi recusado pelo partido. “Nós contrapusemos o contrário: o senhor não se candidata e nós ouvimo-lo na escolha do candidato à Câmara do Porto, e ele disse que não”, disse.

Rui Rio acusou ainda o autarca de ter provocado uma fuga de informação para manipular a opinião pública, algo que o atual presidente da Câmara do Porto nega. “A fonte desta vichyssoise foram dirigentes do PSD“, insistiu.

Quanto ao futuro, o autarca repetiu o gesto. “É uma questão de estilo, de educação e de honra. Assim não. De forma alguma”, rematou.

“Ataque vil” de Rio é “enriquecimento de currículo”

O presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, considerou nesta quinta-feira ter sido alvo de um “ataque vil e pessoal” por parte do presidente do PSD, que classificou como “enriquecimento de currículo”.

“Agradeço a Rui Rio ter-me feito um ataque vil e pessoal, juntando-me a um outro ataque a um outro presidente de câmara que reputo de grande competência, Rui Moreira. Ataques que vindos de Rui Rio não são cadastro, são enriquecimento de curriculum”, escreveu Carlos Carreiras, na sua página na rede social Facebook.

Em entrevista ao Observador, o líder social-democrata criticou duramente Carlos Carreiras, de quem disse ter sido “o principal responsável” pela “desgraça” do resultado do PSD nas eleições locais de 2017, em que foi o coordenador autárquico. Carreiras tinha acusado Rio na véspera de querer adiar as eleições locais por o processo autárquico no PSD ser “uma inexistência”.

PSD / Flickr

Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais

Esse é o pior, o mais incompetente, sendo ele o primeiro responsável pela desgraça de 2017, acha que tenho alguma coisa a aprender?”, afirmou Rui Rio sobre as críticas que têm sido feitas pelo autarca de “inexistência” do processo autárquico no PSD, embora admitindo que Carreiras volte a ser o candidato do partido em Cascais, “se for proposto pela concelhia e aceite pela distrital”.

Para Carlos Carreiras, estas críticas “significam também que Rui Rio chamou incompetentes a todos os responsáveis concelhios e distritais em funções nas últimas eleições autárquicas que, pelos estatutos do PSD, são os responsáveis pelas escolhas dos candidatos autárquicos do partido”.

“Bem sei que Rui Rio tem vindo a demonstrar que lida mal com estatutos e prefere decisões arbitrárias por si assumidas”, disse, lamentando que o destaque desta entrevista, que assinala os três anos de liderança de Rui Rio, seja “um ataque de carácter a um companheiro de partido”.

Carlos Carreiras deixou ainda um “recado” ao líder social-democrata sobre as próximas autárquicas: “Quero deixar claro a Rui Rio que o meu partido é acima de tudo: Cascais”, referiu.

Maria Campos, ZAP // Lusa

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