Roger Waters escreve à primeira-dama da Ucrânia a sugerir rendição. E culpa nacionalistas ucranianos pela guerra

25

Alterna2, http://www.alterna2.com / wikimedia

Roger Waters, um dos fundadores dos Pink Floyd

O músico Roger Waters escreveu uma carta aberta à primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, indicando que os ucranianos devem aceitar a autonomia dos territórios de Donetsk e Luhansk, reinvindicados pela Rússia.

Na sequência de uma entrevista de Zelenska à BBC, na qual esta afirma que o apoio do ocidente será fulcral para que a guerra termine rapidamente, o ex-membro da banda Pink Floyd apelou ao fim e propôs “um caminho alternativo”.

“Se ‘apoiar a Ucrânia’ significa enviar mais armas ao governo de Kiev, está completamente enganada. Atirar gasolina, ou seja, armas, para o fogo não resulta”, referiu o músico.

Na opinião de Waters, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, “mostrou ter boas intenções, no passado”, referindo-se a declarações feitas em 2019, nas quais prometeu “acabar com a guerra civil no leste e dar autonomia às regiões de Donetsk e Luhansk”.

“Podemos assumir que as políticas eleitorais do seu marido não caíram bem junto de determinadas fações políticas em Kiev”, disse, acrescentando: “Infelizmente, o seu marido concordou em menosprezar, de uma forma totalitária e antidemocrática, a vontade do povo ucraniano”.

“As forças nacionalistas extremistas que desde então mandam na Ucrânia ultrapassaram as várias linhas vermelhas traçadas pelos vossos vizinhos, a Rússia. Como consequência, foram esses mesmos nacionalistas extremistas a conduzir o país para esta guerra desastrosa”, apontou ainda.

ZAP //

25 Comments

  1. Sempre respeitei Roger Waters intelectualmente, nomeadamente no que toca à sua opinião sobre questões como Trump e sobre o conflito Israelo-Palestiniano. Mas agora acho-o totalmente errado pois não aborda a questão de que simplesmente um país invadiu outro e foi a Rússia a invadir. Se Zelensky havia prometido em 2019 dar autonomia a Donetsk e Luhansk, então deveria ter cumprido. Mas nada disso justifica a invasão por parte da Rússia. Ouvir Waters defender a Rússia é como ouvi-lo defender um invasor como Israel. Dois pesos e duas medidas. Será que Waters anda a também a ter as opiniões moldadas pelo comité central do PCP?

    • A defesa de populações simpatizantes da Rússia, perseguidas pelos extremistas Ucranianos, justifica uma intervenção. a existência de armamento químico ilegal justifica uma intervenção. A quebra de acordos anteriores é outra justificação. Até o derrube de um governo democrático por forças anti-democráticas em 2014 é uma justificação. Quantas intervenções já fizeram os EUA, França, a OTAN em geral, por motivos menos permentes? A invasão é facilmente justificável, concorde-se ou não com as justificações.

  2. Por cá, disso ninguém fala! “Dos nacionalistas extremistas que conduziram a Ucrânia para esta guerra desastrosa”.
    Também não será necessário porque todos sabemos!
    Hipocritamente todos fingem ignorar.
    A comunicação social só fala daquilo que a maioria gosta de ouvir.

    • De que «nacionalistas extremistas» está a falar? Dos que tentam a todo o custo manter a integridade territorial da Ucrânia?? Ca gandas malucos né?

      Ó senhora. Tenha lá juízo!!

      Quanto ao Roger Waters, aconselho menos erva! Essa cena está a comer-te o cérebro todo.

  3. Roger Waters não é o tal que traiu o seu melhor amigo. Agora que aprendeu de escrever pensa que tudo que sai do seu teclado é sabedoria

  4. Desde quando os “vizinhos” têm o direito de traçar “linhas vermelhas” quando estão em jogo países.
    Punição: Se não cumpre é invadido e terraplanado! Tipo “bullying” no recreio da escola.
    Rogers Waters devia dedicar-se ao que já soube fazer razoavelmente, à música!

  5. O Roger Waters deve estar muito desinformado, não foi a Ucrânia que invadiu a Rússia, a carta aberta deveria ser para o Putin.
    Quanto a nacionalistas extremistas também os há na Ucrânia, em Portugal, nos EUA e em muitos outros países, mas Putin e os seus súbditos, dentro e fora da Rússia, são do mais nacionalista extremista que existe à face da Terra.

  6. Dá para ver porque foi que Roger Watters abandonou os Pink Floyd. A vontade de protagonismo é tal que lhe dá volta à cabeça e distorce a realidade. O melhor que devia fazer era ir viver para a Rússia ( país livre e democrático, não é?)

  7. Oh Roger, fica-te pela música e deixa-te de de Putinices….então os nacionalistas-extremistas Ucranianos é que começaram
    a guerra ( perdão, exercicios militares ) que têm culpa do anormal/deficiente/atrasado mental do Putin querer refazer o antigo Império Soviético??? Estamos no Séc XVII/ XVIII ou está tudo doido? Por esta andar ainda vamos regressar à Idade da Pedra…..

  8. Comparam o Putin ao Hitler, mas esqueceram-se que o Hitler não tinha nem a bomba atómica e muito menos a nuclear.
    Só vejo um caminho para aqueles que perpetuam a guerra, é deixarem de conversas e passarem à acção.

  9. Mas então o que significou para Roger Waters o referendo da Ucrania de 24 de Agosto de 1991 cujos resultados esmagadores a favor da independencia foram reconhecidos pelo Presidente da Federação Russa Boris Yeltsin ?
    E atenção , porque o referendo também teve lugar no Donbass e na Crimeia que também votaram pela independencia da Ucrania e pelo afastamento da URSS-.

    • Pois é, isso é convenientemente ignorado pelos putinistas. Já agora, também é bom lembrar, a propósito do Donbas, que falar russo não significa ser russo. Isto porque muitos julgam que a maioria dos habitantes do leste e sul da Ucrânia são etnicamente russos, só porque sempre foram educados nessa lingua. Os escoceses falam inglês mas não são ingleses.

      • Centenas de milhões de pessoas falam português e não são portugueses. Aqueles russos putinistas são pessoas doentes.

  10. Olena respondeu bem. Pena não publicarem a sua resposta. Lembrou-lhe (ao Roger Waters) que “foi a Rússia que atacou a Ucrânia, destruindo cidades e matando pessoas. Que os ucranianos estão a defender o seu país e o futuro dos seus filhos. Que, se a Ucrânia se não defender, amanhã não existe. Se a Rússia parar a guerra, a guerra acaba.” Tão simples como isto. Já agora, pergunto outra coisa simples: O que aconteceu ao direito inalienável à autodeterminação dos povos, outrora tão acerrimamente defendido pelo PCP? Não se aplica aos ucranianos?

  11. Mas até parece que as regiões de Donetsk e Luhansk querem realmente ser independentes. No dia em que forem independentes, de imediato aprovam uma anexação à Federação Russa. A autonomia exigida por essas regiões não passa de uma estratégia da Rússia para anexar mais territórios e reconstruir uma “nova” URSS. São regiões que há anos têm forte propaganda Russa anti-Kiev, com muitos militares russos e líderes independentistas que não passam de russos controlados por Moscovo. A Ucrânia é um país independente com fronteiras reconhecidas pela ONU. Infelizmente tem um péssimo vizinho chamado “Rússia de Putin”.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.