“Fanfarrão que diz que bate em toda a gente.” Melo acusa Rodrigues dos Santos de ter medo de ir a eleições

José Sena Goulão / Lusa

Nuno Melo, do CDS/PP

Nuno Melo

Falta “maturidade” a Francisco Rodrigues dos Santos, “um fanfarrão que diz que bate em toda a gente”, mas não cumpre, acusa Nuno Melo.

Esta sexta-feira, em entrevista à TVI24, Nuno Melo acusou o líder centrista de ter medo de ir a eleições antes das legislativas. Ainda assim, garantiu que se fosse a votos e perdesse, “ia para a rua com o Francisco Rodrigues dos Santos” fazer campanha pelo CDS.

O líder do partido queixa-se de nunca ter sido aceite como presidente por “não fazer fretes nem favores”. Sobre estas acusações, Melo recordou que a oposição começou naqueles que lhe eram mais próximos.

“Acho o discurso de Rodrigues dos Santos um bocado ridículo. Quem se demitiu da sua direção foi Filipe Lobo D’Ávila a dizer que o partido tinha um problema de afirmação externa e tendência para a morte lenta”, lembrou, acrescentando que muitos outros membros da direção abandonaram o projeto de Rodrigues dos Santos.

O problema começou “dentro de sua casa”, insistiu, sublinhando que à atual direção lhe “falta maturidade“, além de, neste momento, se encontrar “completamente dependente do PSD”.

“Eu faço parte de um partido que deploraria ser ‘Os Verdes’ da direita. Note-se que o CDS é o único partido que vai a votos em legislativas com um líder sem mandato, sem moção de estratégia aprovada e sem congresso”, lembrou o centrista.

“O CDS está completamente entregue aos braços do PSD”, afirmou o eurodeputado. “O partido tem condições de ter bons resultados para ir a votos sozinho.”

Por proposta da direção, o Conselho Nacional do CDS decidiu desconvocar o congresso eletivo do partido. Francisco Rodrigues dos Santos quer que se realize depois das legislativas de 30 de janeiro.

Melo impugnou esta decisão junto do Conselho Nacional de Jurisdição, que lhe deu razão e declarou nula a convocatória da reunião que aprovou o adiamento. No entanto, ainda não se pronunciou quando à impugnação da decisão.

Questionado sobre a possibilidade de “ressuscitar” o CDS caso não haja Congresso Nacional antes do dia 30 de janeiro, Nuno Melo disse acreditar que é possível, mas para isso o partido tem de voltar a ter “ ideias muito nítidas” e “quadros com pessoas capazes”.

“Espero que, apesar de tudo, aquelas cabeças se iluminem e que percebam que há uma oportunidade. Façam o Congresso e o CDS ficará de novo unido e em condições de enfrentar os desafios. Eu tenho essa disponibilidade. No que depender de mim, unirei e pacificarei. Se perder, ficarei do lado do Francisco a fazer campanha pelo CDS”, rematou.

ZAP //

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