Sem medos, Francisco Rodrigues dos Santos não admite qualquer recuo no adiamento do congresso do CDS para depois das eleições legislativas.
Em entrevista ao Observador, publicada esta quarta-feira, o líder do CDS-PP afirma que “gastar três semanas, metade deste tempo, com guerras internas, com esta escalada de violência de agressão verbal, a que Nuno Melo e os seus apoiantes votaram o partido, é fazer um frete ao PS”.
“Neste momento, devíamos estar todos empenhados em construir o programa, definir a estratégia eleitoral, num clima de pacificação interna e de conciliação, darmos o nosso melhor para falar ao país”, defende Francisco Rodrigues dos Santos.
“Não podemos desperdiçar três semanas em guerras para depois termos um partido ainda mais esfrangalhado depois de uma peixeirada como aquela que estamos a ver desde que Nuno Melo aceitou ser candidato. O CDS mostrou responsabilidade”, vaticina o líder centrista, que defende a decisão que o Conselho Nacional tomou de adiar as eleições internas para depois das legislativas.
Francisco Rodrigues dos Santos acusa ainda os críticos internos de o verem como um “usurpador”, mas garante não ter medo. “Tenho medo de quem? Do Nuno Melo? Por amor de Deus.”
Além de Melo, as críticas estendem-se também ao líder parlamentar Telmo Correia, que “não compreende uma tese que é básica: não é o grupo parlamentar que tem um partido, é o partido que tem um grupo parlamentar”.
“A procura incessante de entrincheirar a sua liderança de bancada como uma plataforma de oposição à direção do partido é errada e não trouxe vantagens nenhumas à direção do CDS”, sustenta Rodrigues dos Santos, como quem abre a porta de saída.
Questionado sobre se não conta com Telmo Correia para as próximas listas à Assembleia da República, o presidente do partido respondeu que é o líder parlamentar quem “tem dado sinais de que não conta com a direção do partido”.
“Contamos com todos, não excluo ninguém. Não vou fazer saneamentos”, sublinhou, apesar de salvaguardar que “a ordenação das listas do partido terá de ser discutida em Conselho Nacional”.
Sobre as legislativas que se avizinham, deixa claro que o CDS não está “desesperado por nenhuma coligação pré-eleitoral com o PSD”. Está, sim, “preocupado em definir uma política para ganhar” as eleições, que “pode abrir espaço a uma coligação pré-eleitoral” com os laranjas.
Sobre os Açores – um arquipélago governado por uma coligação entre PSD, CDS e PPM, com um acordo de incidência parlamentar com o Chega e o IL –, Rodrigues dos Santos admite que esta solução conduziu o seu partido a “uma vitória”, mas deixa uma mensagem aos eleitores: “para evitar soluções como essa, votem no CDS”.
Este pensa que vai ser o novo Salazar !!!
Marca eleições, quando não lhe interessa, desmarca (democracia deles a funcionar em pleno) todos os que não estão com ele estão contra ele.
Alguém no seu prefeito juízo vote numa pessoa que não sabe viver em democracia e não respeita ou assume consequência dos seus próprios actos/decisões!
Há um erro básico de toda esta gente: marcar congressos quando o orçamento ainda não está aprovado, o que pode sempre acontecer e serem marcadas eleições legislativas.
Agora, estes putativos candidatos a líderes o que procuram ? Ganhar as eleições legislativas ? Ter bons resultados nas legislativas ?
Quem puder e conseguir pensar um bocadinho, não é preciso ser muito, conseguirá ver que o que está em causa, não são os Portugueses, nem os respectivos partidos. O que está em causa é o lugar na lista de deputados, o resto é folclore.
Será que nenhum jornalista consegue colocar as questões certas ao Rangel, saído do armário, e ao Nuno Melo.