Rui Rio, presidente do PSD e recandidato ao cargo, admitiu esta quarta-feira que ainda não conseguiu pôr o partido “na ordem” do ponto de vista político.
Numa entrevista no programa de entretimento das manhãs da SIC, Rui Rio falou sobre o seu percurso de vida, quer familiar quer académico, mas também sobre política. Questionado pela apresentadora Cristina Ferreira se já conseguiu pôr o PSD na ordem, o líder social-democrata dividiu a resposta.
“Do ponto de vista financeiro, já demos um passo muito grande e já reduzimos o passivo, do ponto de vista político ainda não consegui pôr na ordem como a coisa devia ser”, respondeu.
O líder do PSD fez um paralelismo entre a situação partidária e a que viveu no início da presidência da Câmara do Porto, duas “tarefas difíceis”: “Ou nos acomodamos ou criamos rupturas, esta é uma das minhas características”.
Desafiado a dizer se preferia almoçar com o primeiro-ministro ou com o Presidente da República, riu-se e pediu para não o obrigar a escolher. “Depende dos temas a tratar, há coisas que não podia tratar com o Presidente da República e podia tratar com o primeiro-ministro, mais até com o líder do PS, há coisas que só podem ser feitas em Portugal se PS e PSD estiverem de acordo”, disse, recusando que tal signifique qualquer proximidade aos socialistas.
Já sobre as eleições diretas de 11 de janeiro, Rui Rio apontou que “todas as corridas são para ganhar” – exceto as que faz “ao domingo de manhã” -, mas recusou-se a deixar qualquer mensagem a um dos seus adversários na disputa, Luís Montenegro, que foi igualmente convidado a participar no programa da SIC.
“Já tivemos um debate que, para mim, não foi uma grande coisa para o PSD, não foi muito prestigiante, é melhor não dizer mais nada do que foi dito no debate”, afirmou.
Rui Rio conversou com a apresentadora sobre a cidade onde nasceu e viveu a maioria do tempo, o Porto – admitindo que ainda “é difícil” passar parte do tempo em Lisboa -, sobre a sua passagem pelo Colégio Alemão e pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto, bem como de temas mais pessoas, como a morte do irmão com leucemia quando ambos eram crianças.
Em março, em entrevista à Antena 1, Rio tinha deixado a garantia de que nunca iria cozinhar no programa de entretenimento da SIC, como tinha feito o primeiro-ministro António Costa: “Não me vai ver a cozinhar, porque eu estou na política e não me estou a propor para cozinheiro, mas para primeiro-ministro”, disse então o líder do PSD.
Esta quarta-feira, Rio não cozinhou, explicando que só sabe cozer ovos, o que faz todos os dias para o seu pequeno-almoço, que admitiu ser complicado.
Foram vários os políticos que já participaram no programa de entretenimento de Cristina Ferreira, entre os quais o primeiro-ministro e a líder do CDS-PP, Assunção Cristas. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, telefonou à apresentadora em direto, no dia de estreia do programa, em 7 de janeiro para “enviar um beijinho”.
Na campanha para as europeias, o então cabeça de lista do PSD Paulo Rangel usou a presença do primeiro-ministro nesse programa para responder a críticas de António Costa sobre política-espetáculo.
“Tem dito que é contra a política-espetáculo, contra a política feita para as televisões, contra a política de encenação. Há uma coisa que ele a mim não pode dizer, já que está a falar de Paulo Rangel e quer personalizar as coisas: a mim ninguém me viu com a minha família a cozinhar cataplana num programa de televisão”, afirmou.
ZAP // Lusa