O ex-presidente da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa mostra-se empenhado em manter as pontes com Rui Rio. Porém, Santana Lopes diz ainda não ter percebido quais são os planos do novo presidente do PSD para depois das eleições legislativas de 2019.
Em declarações ao Diário de Notícias, Pedro Santana Lopes afirmou querer “estar presente sempre que quiser e contribuir para o trabalho do partido”, frisando que embora haja aproximações forçadas, se sentiu bem na aproximação.
Na condição de número um do Conselho Nacional, o órgão máximo entre congressos, Santana Lopes diz que é “genuíno” Rio querer fazer reformas “e é nisso que insiste para os consensos do regime”.
Mantém-se o objetivo primordial: para Santana, o mais importante é não fragmentar o PSD. Santana acusa Rio, porém, de não ter desfeito totalmente no congresso a ideia do apoio a um governo minoritário do PS pós 2019. “Se ele for ali ao dr. Costa e disser que vai para um governo do PS temos o caldo entornado”, afirmou, garantindo que tem esperanças que isso nunca aconteça.
Apesar de ter subscrito todas as listas aos órgãos nacionais em comum com Rui Rio, Santana continua a não partilhar com ele essa ideia de confluência com os socialistas para afastar a esquerda do poder.
Admite ainda estar “preocupado“, já que conquistar novamente o poder será um objetivo difícil de atingir. E foi nesse sentido que se empenhou para que do congresso resultasse uma solução de unidade. “Rio ganhou com 54% dos votos, eu tive 46%. Se o PSD tivesse saído todo dividido do congresso seria ainda mais difícil e não era nada bom.”
“Se foi difícil para Pedro Passos Coelho, e procurei ajudar, para Rui Rio também vai ser difícil ganhar as eleições, porque o PSD tem estado num processo de erosão eleitoral, a acreditarmos nas sondagens”, disse Pedro Santana Lopes.
“Estarei disponível para Rui Rio como estive para Pedro Passos Coelho”, diz, mostrando-se determinado a mobilizar os que o apoiaram para participar ativamente na vida do partido.
Rio prepara Governo sombra
Rui Rio está a preparar uma espécie de governo sombra através da reorganização do conselho estratégico do partido, avança o Correio da Manhã.
O objetivo do novo líder do PSD é convidar figuras destacadas para prepararem dossiês sobre matérias que Rui Rio define como prioritárias. “Já há muito que Rio pensa em pegar no conselho estratégico, dar-lhe força e dividi-lo em áreas setoriais, convidando pessoas de diversas áreas e de diferentes regiões”, adianta ao CM fonte social-democrata.
Os contributos dessa equipa, explica o jornal, deverão ser compilados num único documento final que servirá de base a um programa eleitoral.
Esta segunda-feira, à saída do encontro com Marcelo Rebelo de Sousa, Rio explicou que apresentou ao Presidente da República disponibilidade para dialogar com outros partidos sobre reformas estruturais, justificando o facto de não ter apresentado propostas concretas ao chefe de Estado: “Depressa e bem não há quem.”
Os dois primeiros e grandes erros de Rui Rio: meter Santana Lopes e Elina Fraga nos organismos do PSD !
É como meter dois jogadores na equipe, especialistas em auto golos.