Rui Rio não poupa críticas à altiva Lucília Gago: que afirmação “disparatada”

Rio acha que o Ministério Público é quase um Estado dentro do Estado. Por isso, ficou “profundamente desconfortável”.

Rui Rio, um dos subscritores do manifesto que pede uma reforma na Justiça, critica o Ministério Público (MP) por se comportar como “um Estado dentro do próprio Estado”.

“A entrevista da senhora procuradora-geral da República deixou-me profundamente desconfortável porque se situou, para mim, num patamar acima de tudo e mais alguma coisa, o que demonstra que o MP se comporta praticamente como um Estado dentro do Estado”, defendeu Rui Rio.

O ex-líder social-democrata e antigo presidente da Câmara do Porto acrescentou ainda que “o MP não é um órgão de soberania”, afastando a ideia de há “uma campanha orquestrada em relação à senhora procuradora [Lucília Gago]”.

O antigo presidente do PSD não se sentiu “tocado” nessa parte dessa entrevista, mas atira: “Acho essa afirmação disparada. Se formos ler os meus discursos quando era presidente da Câmara do Porto, por alturas do 25 de Abril de há 18 anos, há 20 anos, há 15 anos, eu já fazia e então já estava a orquestrar campanha antes de a senhora ser procuradora-geral da República”, vincou.

Rejeitou ainda que queira ser protagonista neste tema, mas prometeu que no futuro voltará a falar dele.

Rio falava esta quarta-feira aos jornalistas antes da cerimónia de entrega da Chave da Cidade de Miranda do Douro à coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, ao ex-secretário de Estado das Finanças Nuno Santos Félix e ao ex-líder do PSD.

A distinção, proposta pelo executivo municipal, é entregue no dia em que se assinala o feriado municipal neste concelho do distrito de Bragança.

Montenegro não dialoga

Luís Montenegro também foi questionado sobre as declarações polémicas de Lucília Gago, mas não se alongou em comentários.

“Não vou fazer comentários. Os partidos políticos disseram o que entenderam. O Governo não vai entrar num diálogo com a senhora procuradora-geral da República que está a exercer o seu mandato”, justificou aos jornalistas, à margem da cimeira da NATO.

O primeiro-ministro acrescentou que não falou com a oposição sobre a sucessão da PGR.

ZAP // Lusa

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