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Rio avisou autarcas que podem ser postos “para o lado” se se portarem “menos bem”

António Pedro Santos / Lusa

O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Rui Rio

O líder do PSD diz não entender o mal-estar de alguns autarcas com o anúncio dos candidatos às eleições locais. Este sábado, no discurso de encerramento da 5.ª Academia de Formação Política para Mulheres do PSD, Rui Rio apelou à participação feminina na vida política. 

Rui Rio, presidente do PSD, não entende o mal-estar de alguns autarcas do partido com o anúncio dos candidatos às eleições locais e avisou que, se começaram a portar-se “menos bem”, podem ser “rapidamente postos para o lado“.

“Até podem, alguns, estarem à beira de ser homologados e, de repente, começam a portar-se menos bem e podem ser rapidamente postos para o lado e abrimos o processo do princípio”, avisou Rui Rio.

O líder social-democrata insistiu que o processo que levou ao anúncio de mais de 70 candidatos do partido às autárquicas foi em tudo semelhante aos anteriores, que não geraram qualquer polémica interna.

“Eu sou uma pessoa, às vezes, intelectualmente limitada e há coisas que eu não consigo entender. Eu já aqui ando há muitos anos, isto que aconteceu esta semana é rigorosamente igual àquilo que eu vi anos atrás”, afirmou, em declarações aos jornalistas no Porto, onde esteve reunião com o Movimento a Pão e Água, que reúne empresários da restauração, bares, comércio, hotelaria e eventos.

O social-democrata salientou que, salvo “situações absolutamente extraordinárias”, sempre foi prática do PSD apoiar os presidentes de câmara do partido em exercício. “O que o secretário-geral disse foi isto, portanto eu não consigo entender o resto”, defendeu.

O presidente da Câmara de Ovar e vice-presidente do PSD, Salvador Malheiro, foi um dos autarcas que foi surpreendido com o anúncio feito pelo secretário-geral do partido, José Silvano, na quarta-feira, altura em que anunciou 77 candidatos do PSD a presidente de Câmara.

À data, Salvador Malheiro que também detém a pasta da coordenação autárquica, afirmou que o momento para anúncio de uma candidatura social-democrata às eleições autárquicas de 2021 deve ser escolhido pelo próprio candidato, em sintonia com a estrutura local do partido.

“Quando me arranjarem uma comunicação da direção nacional do PSD, desde 1976 até hoje, que dissesse que aqueles presidentes de câmara do PSD que estão em funções, quando se quiserem candidatar-se, logo veremos se apoiamos ou não, então eu direi: fizemos diferente. É que eu ouvi sempre o contrário e participei em muitas”, insistiu.

O ex-autarca do Porto recusou ainda as acusações de abuso de confiança, salientando que os 77 presidente de câmara serão candidatos “no dia que quiserem apresentar a sua homologação”.

Questionado pelos jornalistas se Pedro Santana Lopes, que abandonou liderança do Aliança, iria encabeçar alguma lista do PSD, Rio disse apenas há 101 candidatos a presidentes de câmara homologados, nada acrescentando sobre os demais.

“Todos os demais, seja quem for, não lhe confirmo nada, e até lhe digo mais: até podem alguns até estarem à beira de ser homologados e, de repente, começam a portar-se menos bem e podem ser rapidamente postos para o lado e abrimos o processo do princípio”, avisou.

Ainda sobre as eleições autárquicas deste ano, o presidente do PSD revelou ainda que até ao final do mês de março, será o anunciado o candidato à Câmara do Porto.

Apelo à participação feminina

Este sábado, no encerramento da 5.ª Academia de Formação Política para Mulheres do PSD, Rui Rio lamentou que entre a centena de candidatos que já foram anunciados pelo partido para as autárquicas, só três sejam mulheres: Cristina Ferreira à Câmara de Penedono, Maria do Céu Quintas a Freixo de Espada à Cinta e Maria Helena Oliveira a Cantanhede.

O líder partidário reconheceu a dificuldade em encontrar candidatas, uma vez que existem ainda poucas mulheres interessadas em política.

“Nós queremos ter mulheres nas listas, nós queremos dar destaque às mulheres, no entanto, batemos de frente com a realidade e há muito poucas mulheres disponíveis”, disse Rui Rio, citado pelo Expresso.

Quer na vida pública, quer na vida política, o social-democrata considera que as mulheres continuam a estar “sub-representadas“. Na sua intervenção, sublinhou que iniciativas como a academia de formação do partido podem promover o interesse feminino e elogiou a Academia de Formação Política para Mulheres do PSD, liderada pela deputada Lina Lopes.

“Hoje temos mais mulheres na política do que no passado, mas muito menos do que o desejado. Hoje conseguimos homens para a política, mas temos muito mais dificuldades em arranjar mulheres para a política e estas ações de formação têm essa utilidade adicional de conseguir captar o interesse das mulheres para a vida política”, acrescentou.

Liliana Malainho, ZAP // Lusa

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