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Ricardo Gonçalves entre a casa de luxo paga pela Santa Casa e a demissão caluniosa

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António Cotrim / LUSA

Ricardo Gonçalves, antigo administrador da Santa Casa

Ricardo Gonçalves queixou-se de Ana Jorge no Parlamento. Mas terá estado quase dois meses no Brasil sem pagar; a Santa Casa pagou.

O ex-administrador da Santa Casa Global Ricardo Gonçalves afirmou hoje ter sido destituído pela provedora Ana Jorge justa causa e de forma caluniosa, e defendeu que a internacionalização dos jogos sociais não poderia ter retorno imediato.

Ricardo Gonçalves esteve a ser ouvido na Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão sobre a situação financeira da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) e o processo de internacionalização dos jogos sociais, para o qual foi criada a empresa Santa Casa Global.

Logo na sua intervenção inicial, o ex-administrador refere que foi “alvo de uma destituição sem justa causa, caluniosa e atentatória do bom nome”, destituição essa levada a cabo pela provedora Ana Jorge, que iniciou funções em maio de 2023.

Ricardo Gonçalves entrou para os quadros da SCML em 1995 como administrativo, tendo depois exercido várias funções na instituição até à sua saída. É posteriormente chamado pelo então vice-provedor Edmundo Martinho – quando o provedor era Pedro Santana Lopes – para gerir a internacionalização dos jogos sociais.

De acordo com o ex-administrador da Santa Casa Global, há “registo de todas as movimentações financeiras” do processo de internacionalização e disse mesmo ter “dificuldade em perceber” como é que a consultora BDO alega que deixou de ter acesso a informações necessárias à realização da auditoria forense.

Ricardo Gonçalves afirmou que toda a informação relativa à internacionalização, inclusive as ‘due dilligences’ (processo de investigação de uma oportunidade de negócio que o investidor deverá aceitar para poder avaliar os riscos da transação), está na Santa Casa.

Se dizem que não encontram é porque não foram procurar”, apontou.

Concretamente em relação às ‘due dilligences’, o ex-administrador garantiu que foram levadas a reunião de Mesa e que isso consta em Ata, salientando que nunca houve nenhuma declaração de voto sobre a internacionalização.

Esta explicação de Ricardo Gonçalves vem na sequência da afirmação da vice-provedora demissionária Ana Azevedo de que alertou o então provedor Edmundo Martinho para os riscos da internacionalização.

Ricardo Gonçalves acrescentou que todas as decisões da Mesa sobre esta matéria “foram tomadas por unanimidade”.

À semelhança do que já havia sido defendido pelo ex-provedor Edmundo Martinho, na audição de hoje de manhã, Ricardo Gonçalves garantiu que o processo de internacionalização teve sempre como objetivo diversificar as receitas da SCML para que a instituição pudesse prosseguir os seus fins e não ter tanta dependência dos jogos sociais, através de outras fontes de receita.

Defendeu igualmente que não seria possível obter retorno imediato, tal como também já havia defendido Edmundo Martinho.

Casa de luxo no Brasil

No dia seguinte, o mesmo Ricardo Gonçalves é destaque no Correio da Manhã porque terá estado numa casa de luxo no Brasil – mas tudo pago pela Santa Casa Global (SCG) Brasil.

A entidade ligada à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa terá pagado ao então administrador 5 mil euros por 52 dias de renda de uma casa de luxo na Barra da Tijuca, bairro rico no Rio de Janeiro.

Este pagamento será uma das 80 dúvidas que surgiram na auditoria forense realizada à Santa Casa Global: há contradições entre os titulares do contrato e a transferência de 5 mil euros para Ricardo Gonçalves.

A auditoria encontrou um contrato que mostra que a Santa Casa Brasil era a dona dessa casa, Por isso falta explicar porque foi preciso transferir dinheiro para pagar uma renda.

Ricardo Gonçalves terá exigido à Santa Casa viver numa casa no Rio de Janeiro; só assim aceitaria trabalhar no Brasil.

ZAP // Lusa

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5 Comments

  1. Se em vez de usar qualificativos sem,substância explicassem quanto custou a casa no Rio e comparassem com o custo dum hotel decente dariam menos aso ao crescimento do populismo.

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