O bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Miguel Guimarães, defendeu esta segunda-feira que enquanto faltar uma “resposta suficientemente eficaz” à covid-19 na fase de desconfinamento, a recuperação económica também será mais lenta.
O responsável falava aos jornalistas depois de uma reunião do Fórum Médico de Saúde Pública com o com o Presidente da República, por videoconferência a Belém, que contou, além de Miguel Guimarães, com o presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Ricardo Mexia, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, Jorge Roque da Cunha, e Luís Cadinha, do Conselho Nacional da Federação Nacional dos Médicos.
Segundo a agência Lusa, no final da reunião, também por videoconferência, o bastonário salientou aos jornalistas que enquanto Portugal não resolver a forma de sustentar os problemas de saúde relacionados com a nova pandemia a economia vai recuperar de forma lenta, já que o país depende muito do turismo.
Miguel Guimarães lembrou o caso do Reino Unido, que excluiu Portugal dos corredores aéreos devido às taxas de infeção por covid-19, e disse que ainda que não concorde com a decisão a verdade é que as pessoas se baseiam nos números, Portugal ainda não deu uma resposta eficaz e precisa de mais meios e de mais capacidade e de antecipar medidas.
“Nós não estamos a dar a resposta suficientemente eficaz nesta fase de desconfinamento, porque não antecipamos medidas, porque não tivemos um planeamento adequado, porque não reforçamos os recursos humanos, porque não antecipamos os meios técnicos que nos permitiriam chegar mais longe com mais rapidez, porque não testamos o que devíamos estar a testar nesta fase, porque o isolamento dos doentes demora tempo, porque o rastreamento tem também falhado”, afirmou o bastonário.
E avisou: “É evidente que este prolongar tem custos para a economia, e tem custos que podem ser brutais”.
Miguel Guimarães considerou ainda “fundamental” que os políticos percebam que enquanto a fase de desconfinamento, em termos do número de pessoas infetadas, não estiver devidamente controlada, não se pode dizer que está tudo bem, “porque não está” e os efeitos negativos na economia vão continuar.
Em Portugal, morreram 1.620 pessoas das 44.129 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde. Só hoje, em relação a domingo, Portugal tem mais seis mortes e mais 232 casos de infeções pela covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus descoberto no final do ano passado na China.
// Lusa
Coronavírus / Covid-19
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