As ajudas ao sistema financeiro português já custaram aos constribuintes cerca de 17.200 milhões de euros entre 2008 e 2018. Com o novo pedido do Novo Banco, a fatura pode chegar aos 18.350 milhões de euros.
No último “Parecer sobre a Conta Geral do Estado”, o Tribunal de Contas concluía que o Estado concedeu à banca 16.751 milhões de euros entre 2008 e 2017, avança o Correio da Manhã.
Este valor é expresso em termos líquidos e inclui o montante que o Estado efetivamente injetou nos bancos (23.773 milhões) e as quantias que as instituições devolveram (7.022 milhões, entre juros, taxas e dividendos). Por exemplo, conta o jornal, entre 2008 e 2017 a Caixa recebeu 6.100 milhões do Estado e só devolveu 565 milhões.
Em 2018, os contribuintes voltaram a ser chamados a ajudar a banca, com um reforço de 450 milhões ao Fundo de Resolução para a capitalização do Novo Banco, elevando o montante das ajudas para 17.200 milhões.
Para este ano, o Governo inscreveu no Orçamento do Estado uma despesa de 850 milhões, mas não é certo que o valor não suba, já que o Novo Banco vai pedir ao Fundo de Resolução – financiado pelos bancos e pelo Estado – 1.149 milhões de euros.
Devido a este recém anunciado pedido, a fatura, este ano, pode chegar ao 18,350 milhões de euros – uma média de quase 1.800 euros por português.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, concordou, relembra o CM, com o pedido de auditoria anunciado pelo Governo aos créditos que obrigaram o Novo Banco a pedir já quase dois mil milhões de euros ao Fundo de Resolução.
“Os portugueses têm o direito de saber o que se passou”, disse. O ministro das Finanças, Mário Centeno, já fez saber que está disponível para prestar esclarecimentos no Parlamento sobre a recapitalização do banco.