Relação entre Marcelo e Costa está num “nível perigoso”

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António Pedro Santos / Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ladeado pelo primeiro-ministro, António Costa.

Pedro Santana Lopes analisa a confusão à volta da reunião com Lucília Gago: “É insólito, é triste, é grave, é muito grave”.

António Costa anunciou a sua demissão no dia 7 de Novembro mas o que tem sido mais comentado dessas horas históricas é a reunião entre Marcelo Rebelo de Sousa e Lucília Gago.

O presidente da República, entre as duas reuniões com o primeiro-ministro, recebeu a procuradora-geral da República.

Continua a dúvida sobre a origem desse encontro. Quem teve a ideia, quem procurou Lucília Gago – e a confusão aumenta porque o comunicado famoso, que ditou a demissão de Costa, foi publicado durante essa reunião em Belém.

Há quem peça actas do Conselho de Estado para procurar a verdade, há quem diga que a relação entre Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa está num “nível perigoso”.

A descrição é de Pedro Santana Lopes, que acrescentou: “É insólito, é triste, é grave, é muito grave. Até porque está em causa a palavra de cada um dos principais responsáveis políticos do país e de figuras do sistema político”.

“Independentemente da hierarquia dos órgãos de soberania, isso é muitíssimo complicado e quando envolve reuniões ao mais alto nível do Estado (Conselho de Estado) mais complicado se torna. O conselheiro de Estado foi sempre uma figura tida como respeitável”, acrescentou o presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz.

“Acho que isto chegou tudo a um ponto de degradação que era absolutamente impensável e inconcebível há tempos. Acho que está num nível sinceramente perigoso“, continuou o antigo primeiro-ministro, na rádio TSF.

Santana Lopes pede para “virar a página” mas tem noção de que “não é nada fácil”. E explica: “Isto é o regime abaixo da linha de superfície. Não estou a dizer que bateu no fundo, mas é o regime, todo ele, abaixo da linha de superfície, que é o mínimo. Linha de superfície é o mínimo de razoabilidade, mínimo de bom senso, mínimo até ético”.

Mas esta disputa vem de trás. Para Santana Lopes, presidente da República e primeiro-ministro ainda estão “na ressaca” do conflito público que teve João Galamba como figura central. Mas não parece ter ficado fechado, nem “parece à beira de ser fechado”.

E é um conflito directo, não partidário: “Tinham umas continhas para acertar e estão a acertá-las em público. Independentemente das consequências, independentemente dos estragos, eu acho que nem um, nem outro, está a pensar muito no seu sector político. Quando se tem passado o que se tem passado são contas entre um e outro”.

ZAP //

1 Comment

  1. Vááááá…….deixem lá esta Pantomimeira peça de Teatro ” O Mestre e o Discípulo”, é só mais uma para entreter o Zé Povo e sem consequências positivas para o País !

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