O ministério do Interior do Reino Unido enviou cerca de uma centena de cartas a cidadãos da União Europeia residentes em território britânico, com a informação de que corriam o risco de serem detidos e deportados. O governo já se desculpou.
Segundo a BBC, o governo veio a público confessar que se tratou de “um erro”. O erro foi detetado quando uma académica finlandesa, que vive no Reino Unido legalmente, recebeu uma das cartas.
Eva Johanna Holmberg, casada com um cidadão britânico, disse “não poder acreditar no que via” quando leu que tinha um mês para abandonar o país. No entanto, fonte do ministério do Interior confirmou que os direitos de residência dos cidadãos da UE “se mantinham inalterados”.
A mesma fonte não identificada acrescentou que todos os estrangeiros que receberam uma carta destas serão contactados para “clarificar que devem ignorá-la“.
“Um número limitado de cartas foram enviadas por erro e estamos a analisar com a maior celeridade possível a razão por que isso aconteceu”, garantiu ainda a mesma fonte, descrita como um porta-voz do ministério.
O caso emergiu depois de aquela professora universitária ter partilhado a sua história nas redes sociais. Pouco depois, a sua descrição do caso espalhava-se por diferentes contas no Twitter.
“Na quinta-feira recebi uma carta do ministério do Interior dizendo-me que ‘tinha sido tomada a decisão de me retirarem do Reino Unido, ao abrigo do artigo 10º da lei sobre Imigração e Asilo de 1999’… e que eu sou considerada uma ‘pessoa sujeita a deportação, dado que falhou em ter provado que exerce direitos protegidos por tratado no Reino Unido'”.
A professora finlandesa, especialista em História, que trabalha numa universidade londrina esclareceu ainda: “A carta dava-me um mês para sair, a contar da data da notificação”.
Trata-se de “uma decisão absurda, tomada apesar de eu pagar aqui impostos, ser casada com um britânico e atualmente estar empregada também na Universidade de Helsínquia. Este disparate sem sentido envelheceu-me pelo menos cinco anos desde quinta-feira e torna-me ainda menos capaz de confiar seja no que for que Amber Rudd, Theresa May ou David Davis digam para acalmar os cidadãos da UE”, remata a docente.
Esta quarta-feira a finlandesa foi contactada pessoalmente pelo Ministério do Interior, que lhe pediu desculpa – seis dias depois de ter recebido a carta.
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